Cultura

Manipulação pode ser um transtorno psicológico, diz psiquiatra

Para o psiquiatra Alberto Iglesias, é importante distinguir a influência social saudável da manipulação psicológica

Manipulação psicológica pode ser definida como o exercício de influência indevida através da distorção mental e exploração emocional, com a intenção de tomar o poder, controle, benefícios e privilégios às custas da vítima.

Para o psiquiatra Alberto Iglesias, é importante distinguir a influência social saudável da manipulação psicológica. “A influência social saudável ocorre entre a maioria das pessoas, e faz parte do dar e receber das relações construtivas. Na manipulação psicológica, uma pessoa é usada para o benefício de outra. O manipulador cria um desequilíbrio de poder, e explora a vítima para satisfazer a sua vontade”, explica o médico.

Segundo ele, a maioria dos manipuladores possui quatro características comuns: Eles sabem como detectar seus pontos fracos; Uma vez encontrado, eles usam suas fraquezas contra você; Eles convencem você a desistir de algo que você quer, a fim de servir aos interesses dele; No trabalho, e situações familiares ou sociais, uma vez que o manipulador consegue tirar vantagem de você, ele ou ela provavelmente vai repetir a violação, até que você coloque um fim à exploração.

 “As causas da manipulação crônica são complexas e profundas. Mas independente do que impulsione o indivíduo a ser psicologicamente manipulador, não é fácil quando você está no outro lado, recebendo a agressão”, explica o especialista.

Como identificar um manipulador?

Contanto que você não prejudique os outros, você tem o direito de se defender e defender seus direitos.

Mantenha uma distância saudável e evite se envolver com a pessoa, a menos que seja absolutamente necessário.

Evite a personalização e a auto-culpa. Já que a agenda do manipulador é procurar e explorar seus pontos fracos, é compreensível que você se senta inadequado, ou até mesmo se culpe por não satisfazer o manipulador. Nestas situações é importante lembrar que você não é o problema; você está simplesmente sendo manipulado para se sentir mal, ficando mais suscetível para entregar os seus poderes e direitos.

Coloque o foco neles, fazendo perguntas de sondagem

Inevitavelmente, manipuladores psicológicos vão fazer pedidos (ou exigências) de você. Estas “ofertas” muitas vezes fazem você sair do seu caminho para satisfazer as suas necessidades. Quando você ouvir uma solicitação irracional, às vezes é útil colocar o foco de volta no manipulador, fazendo algumas perguntas de sondagem para ver se ela tem suficiente autoconsciência para reconhecer a injustiça da sua intenção.

Quando você fizer essas perguntas, estará colocando um espelho, de modo que o manipulador possa ver a verdadeira natureza do seu estratagema. Se o manipulador tiver um grau de autoconsciência, ele ou ela provavelmente vai retirar a demanda e recuar.
 
Use tempo a seu favor

Além de pedidos irracionais, o manipulador, muitas vezes, também espera uma resposta imediata de você, para maximizar a pressão e seu controle sobre você na situação. (Vendedores chamam isso de “fechar o negócio”.). Nestas situações, em vez de responder de imediato ao pedido do manipulador, considere usar o tempo a seu favor, e se distancie da sua influência imediata. Você pode exercer liderança sobre a situação simplesmente dizendo:

“Eu vou pensar sobre isso.”

Considere o quanto estas palavras são poderosas de um cliente para um vendedor, ou de você para um manipulador. Aproveite o tempo que você precisa para avaliar os prós e os contras da situação, e considerar se você quer negociar um acordo mais justo, ou se você ficará melhor dizendo “não”, o que nos leva ao nosso próximo ponto:
 
Saiba como dizer “não” – diplomaticamente, mas com firmeza

Para dizer “não” diplomaticamente, mas com firmeza, é preciso praticar a arte da comunicação. Efetivamente articulado, ele permite que você fique firme, ao mesmo tempo, que mantém uma relação viável. Lembre-se de que os seus direitos humanos básicos incluem o direito à sua própria lista de prioridades, o direito de dizer “não” sem se sentir culpado, e o direito de escolher a sua própria vida feliz e saudável.