A moda inclusiva busca inovar na criação de suas peças. Essas mudanças permitem a criação de um design diferenciado e muitas vezes exclusivo, de acordo com as necessidades de cada indivíduo. Entre as inovações da moda inclusiva estão a substituição de botões por zíper, velcro ou ímã e o deslocamento de costuras. Além disso, a inclusão de bolsos em lugares estratégicos e a inserção de elástico em calças jeans, entre outras adaptações, visam oferecer praticidade e conforto a quem usa.
O assunto é novo no Brasil, mas há empresas que estão conseguindo espaço no mercado, como a Aria e Equal. No Exterior, marcas como a Tommy Hilfiger e a Target já atuam com linha de roupas voltadas para pessoas com deficiência.
De acordo com o instituto Coresight Research, o segmento de moda inclusiva movimentou US$ 288,7 bilhões em todo o mundo em 2019.
Segundo a designer de Moda, Jéssica Alves, a Moda inclusiva consiste em uma área da Moda que visa produzir peças adaptadas à necessidade de cada pessoa.
“A proposta da Moda Inclusiva é dar acessibilidade e proporcionar autonomia para as pessoas com deficiência, para que elas possam vestir-se sozinhas, que possam escolher e vestir as peças sem auxílio ou com auxílio mínimo. A Moda Inclusiva também ajuda os cuidadores, pois muitas pessoas têm uma deficiência que as impedem de vestir-se sozinhas, então com a Moda Inclusiva, conseguimos produzir peças que ajudam os cuidadores e os usuários a vestir com mais facilidade e ergonomia”, disse.
Segundo a designer de Moda, Jéssica Alves, a Moda inclusiva consiste em uma área da Moda que visa produzir peças adaptadas à necessidade de cada pessoa (Foto: Abreu Mubarac)
Após um acidente de trânsito, o músico, João Souza, precisou se adaptar a cadeira de rodas. Um dos autores do blog Levanta Jones, dedicado a pessoas com deficiência, ele relata a dificuldade em encontrar roupas que se adaptem a sua mobilidade reduzida.
Outra dificuldade é encontrar lojas com acessibilidade, com rampas e pessoas treinadas para abordar os clientes com deficiência.
“Pra mim, não é fácil achar roupa confortável e com estilo. A gente precisa se sentir bem com a roupa e também precisa ser fácil pra vestir. As grandes lojas precisam se adequar as necessidades do público como o todo. Nós somos uma grande porcentagem da população que precisa dessas roupas adaptadas, tênis, camisa. Também, às vezes, você quer comprar uma peça, mas é mais cara, aí precisaria ter um ponto de equilíbrio entre o preço da roupa e o acesso”, destacou.
Após um acidente de trânsito, o músico, João Souza, precisou se adaptar a cadeira de rodas. Um dos autores do blog Levanta Jones, dedicado a pessoas com deficiência, ele relata a dificuldade em encontrar roupas que se adaptem a sua mobilidade reduzida (Foto: Abreu Mubarac)
A estudante Thaís Souza de 18 anos é usuária de muletas. Após um câncer, ela teve uma das pernas amputadas e teve uma grande mudança de vida. Para comprar roupas novas , ela conta que precisa procurar minuciosamente nas lojas, pois todas as peças são para pessoas que não apresentam deficiência.
“A moda inclusiva é extremamente importante para dizer ao mundo que não existe apenas um tipo de pessoa, que o mundo é para todos! A moda é para todos. Então, inclua todos! Um grande exemplo disso são as calças, que são feitas para pessoas que com duas pernas. Quando você vai comprar um sapato? Eu só tenho um pé. Mas sempre tenho que levar os dois. A moda não me inclui em nada. Eu não me vejo em nenhum manequim”, ressaltou.
A estudante Thaís Souza de 18 anos é usuária de muletas. Após um câncer, ela teve uma das pernas amputadas e teve uma grande mudança de vida (Foto: Abreu Mubarac)
Lei Aldir Blanc
A Moda Inclusiva será abordada no Editorial de Moda, com título prévio de “Moda ao seu Estilo”, produzido pelo blog Damorida (www.damorida.com.br) e instagram @damoridablog. É o primeiro blog a abordar o tema em Roraima.
O projeto é apoiado pelo Governo do Brasil e pelo Estado de Roraima, por meio da Secretaria Estadual de Cultura e do Fundo Estadual da Cultura, com recursos provenientes da Lei DA LEI FEDERAL No 14.017, DE 29 DE JUNHO DE 2020.
Características das roupas:
1- Camisas sociais com fechamento em velcro. Os botões continuam na roupa, apenas para enfeite;
2- Camisa com manga comprida destacável por velcro. Assim, não é preciso uma grande movimentação caso haja necessidade de substituir a peça;
3- Bermuda com tecido antibacteriano e aplicação de bolsa interna para armazenar sonda de alívio para pessoas com dificuldade de reter a urina, além de abertura lateral em zíper puxado por argola, que facilita o ato de abrir a peça;
4- Técnicas de costura em alto-relevo para estímulo do desenvolvimento tátil;
5- Decotes com velcro para facilitar a passagem da cabeça;
6- Além da adaptação das peças, alguns itens são essenciais para dar suporte ao vestuário e atender as necessidades dos usuários, como a adoção de etiquetas em braile, que informam o tamanho e as cores das peças;
7- Mudança dos lugares dos bolsos nas calças, normalmente incluídos na parte traseira da peça, procedimento que inviabiliza a utilização do item pelos cadeirantes;
8- Calça jeans e legging com elástico na parte de trás, caso haja a necessidade de usar fraldas;
9- Porta-almofada nas costas para maior conforto aos cadeirantes;
10- Outra medida é a oferta do cabide para pessoas com deficiência visual. Com a incorporação de tecnologias, é possível que o usuário faça uma gravação informando a peça que está ali e posteriormente reproduza a gravação, facilitando a identificação da roupa.