Cultura

Na rota dos refugiados venezuelanos

Fotógrafa portuguesa registra em fotos, vivência no abrigo de RR

Autora do projeto “Na rota dos refugiados”, a fotografa portuguesa Elisabete Maisão está em Roraima para visitar o abrigo dos venezuelanos refugiados no bairro Pintolândia. O centro de referência ao imigrante atende mais de 150 pessoas em um ginásio Poliesportivo.

A proposta é realizar com as crianças e adolescentes um curso prático de fotografia, atividade do projeto HOPEN, que atua como uma organização social cuja finalidade é ajudar os refugiados do mundo todo através da arte.

“Eu vim a Roraima buscar a história desses refugiados, desenvolver um trabalho de oficinas de fotografia. É um projeto que surgiu na tentativa de reunir a fotografia com a ajuda humanitária. Primeiro iremos atender as crianças, mas também houve procura pelos adultos que moram lá. Quando pensamos em ajuda humanitária pensamos primeiramente em donativos, roupas, comida, calçados, mas eles precisam de muito mais, e por isso queremos entreter as pessoas, realizar uma atividade em parceria”, relatou.

Elisabete fotografou durante os anos de 2015 e 2016 campos de refugiados em Calais, Slovenia, Sérvia, Grécia e Líbano, onde trabalhou como voluntária e fotógrafa. Pela primeira vez em Roraima, a fotógrafa também irá até Santa Elena do Uairén na Venezuela.

Segundo Elizabete, o nome Hopen se refere a palavra inglesa ‘Hope’ que significa ‘esperança’ em junção com ‘Open’ que significa ‘aberto’. “É uma junção com esperança e abertura das fronteiras, que dá a oportunidade de mais pessoas, mais artistas que possam integrar esse projeto. Além de unir com outras artes, além da fotografia, fazer a diferença através da arte. O projeto é muito novo ainda, iniciamos em 2016, ainda assim toda vez que aplicamos, tivemos um resultado muito positivo”, disse.

Em seguida, Elisabete deve realizar uma exposição que mostra o drama vivido por aqueles que tiveram a necessidade de mudar de país. “A primeira impressão que tive ao passar tempo com esses refugiados, foi observar a simpatia dessas pessoas, extremamente acolhedoras. A fotografia é uma arma muito poderosa, vivemos num mundo de imagens e é através da fotografia que as pessoas sabem o que está acontecendo. Não existe nada como dar essa ferramenta a pessoas que vivem isso, esse é o grande objetivo do Hopen, é mostrar que elas podem usar essa ferramenta. Mostrar sua rotina, mostrar a sua vida já que elas conseguem ter um olhar muito mais profundo. Deve ser por isso que eu acredito tanto nesse projeto”, contou.

A fotógrafa disponibilizou um email caso interessados que queiram ajudar tanto comprando fotografias ou fazendo doações. O contato é  [email protected]