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Oficina de mulheres indígenas aborda experiências em gestão de negócios e redes sociais

Durante dois dias, mulheres de dez regiões de Roraima estão reunidas para discutir a importância dos projetos liderados por elas, os desafios enfrentados, e a troca de experiências sobre cooperativismo, gestão de negócios e uso das redes sociais

A oficina também proporciona às mulheres indígenas a oportunidade de conhecer a experiência das mulheres quilombolas em cooperativismo. (Foto: Ascom/CIR)
A oficina também proporciona às mulheres indígenas a oportunidade de conhecer a experiência das mulheres quilombolas em cooperativismo. (Foto: Ascom/CIR)

O departamento de Mulheres Indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR) está promovendo a oficina “Gestão de Negócios e Uso das Redes Sociais – Mulher Indígena Também Empreende” para fortalecer as ações das mulheres indígenas do estado. Durante dois dias, hoje e amanhã (1º de junho), mulheres de dez regiões de Roraima estão reunidas para discutir a importância dos projetos liderados por elas, os desafios enfrentados, e a troca de experiências sobre cooperativismo, gestão de negócios e uso das redes sociais.

O evento conta com a participação de representantes do Instituto de Educação do Brasil (IEB), Andreia Bavaresco e Camila Behrens, da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Luciane Mendes, e da ex-secretária do Movimento de Mulheres Indígena do CIR, Maria Betânia, do povo Macuxi. Maria Betânia destacou as iniciativas já existentes, como medicina tradicional, artesanatos, corte e costura, cerâmica e projetos de bovinocultura, que mostram o potencial das terras indígenas.

Ela também ressaltou a importância das mulheres ocuparem espaços públicos, citando Joenia Wapichana, a primeira deputada federal indígena do Brasil, e enfatizou o uso das redes sociais para fortalecer o empreendedorismo e gerar renda, além de alertar sobre a luta contra projetos anti-indígenas como o Marco Temporal.

Kelliane Wapichana, tuxaua geral do Movimento de Mulheres de Indígenas e coordenadora do recém-criado Departamento de Mulheres, enfatizou que a oficina resulta dos trabalhos já realizados pelas mulheres em seus territórios. Edinho Batista, tuxaua geral do CIR, refletiu sobre a luta de mais de 30 anos e a necessidade de planejar o futuro para as próximas gerações.

A oficina também proporciona às mulheres indígenas a oportunidade de conhecer a experiência das mulheres quilombolas em cooperativismo. Andreia Bavaresco, do IEB, trouxe exemplos da Cooperativa de Mulheres Quilombolas, que atua na agricultura, extrativismo, artesanato e turismo. Ela destacou a autonomia econômica, valorização cultural e gestão dos territórios como objetivos do cooperativismo.

No primeiro dia de debates, as participantes destacaram a importância de valorizar a cultura e dar oportunidades aos jovens. Nelia Lima e Jailda Braga, coordenadoras regionais, enfatizaram a valorização das sementes tradicionais e da medicina tradicional em suas regiões. As mulheres também apontaram a necessidade de melhores estruturas para armazenamento de artesanatos e produção de farinha.

Amanhã, as participantes trocarão experiências com o departamento de Negócios da Foirn e discutirão o uso das redes sociais na divulgação das iniciativas. Este debate será mediado por Camila Behrens, do IEB, e pelas jornalistas indígenas Márcia Fernandes, Helena Leocádio, e a consultora em Comunicação, Mayra Wapichana.

A oficina, apoiada pela USAID, Instituto de Educação do Brasil (IEB), Instituto Terra Brasilies (ITB), Operação Amazônia Nativa (OPAN) e Fundação Ford, ocorre no Centro Regional Lago Caracaranã, na terra indígena Raposa Serra do Sol. Durante o evento, as mulheres expõem artesanatos, panelas de barro, roupas confeccionadas e remédios tradicionais.