Cultura

Pesquisa aborda estudantes macuxi e a educação profissional

Júlia Dantas desenvolveu em sua pesquisa de mestrado, o trabalho intitulado “Estudantes macuxi e a educação profissional”

O  Campus  Amajari do Instituto Federal de Roraima (CAM/IFRR), localizado no norte do estado, é um ambiente escolar com uma diversidade vasta de públicos. Acolhe alunos estrangeiros, moradores do entorno e tem como principal ator o estudante indígena.  Dos 440 matriculados, quase 60% se autodeclararam índios.

Eles são dos povos indígenas macuxi, wapixana, sapará, taurepang, e, em 2019, ingressaram dois estudantes yecuana, da região de Awaris, localizada na Terra Indígena Yanomami.

Foi pensando nessa peculiaridade que a docente do CAM Júlia Dantas desenvolveu, em sua pesquisa de mestrado, o trabalho intitulado “ Estudantes macuxi e a educação profissional: percepções sobre o ensino no  Campus  Amajari”. O trabalho foi desenvolvido numa perspectiva crítico-interpretativa, com o intuito de abordar a percepção dos estudantes macuxi (moradores das comunidades do entorno do  campus , como Mutamba, Três Corações e Aningal) sobre suas experiências como discentes da unidade de ensino.

A análise foi feita por meio das narrativas dos estudantes. Buscou a pesquisa ilustrar os anseios e as frustrações da juventude indígena atendida por uma escola técnico-profissional. Foi documentado o que é desenvolvido para a educação do jovem indígena, além de propor uma reflexão sobre as ações executadas em uma proposta pedagógica para a interculturalidade.

O trabalho agora segue para a apresentação na VI Reunião Equatorial de Antropologia (REA), que reúne a ntropólogos, docentes de instituições de ensino superior e estudantes de pós-graduação e graduação dessa área. Promovido pela Universidade Federal da Bahia (BA), o evento ocorre em Salvador de 9 a 12 de dezembro. 

Para Júlia é um desafio desenvolver pesquisa no ambiente de trabalho, no entanto ela se sente gratificada em contribuir academicamente para a instituição na qual atua. “Os desafios são muitos e a pesquisa permite mostrar, através das narrativas dos estudantes, como a instituição vem contribuindo para a formação deles e o que eles ainda esperam em relação à instituição”, revelou.

Para compreender questões antigas nos campos de atuação e nos diálogos da antropologia, os conceitos “diversidades, adversidades e resistências ”  foram definidos como temas geradores das  discussões da VI REA. O evento espera contar com a participação de antropólogos e outros cientistas sociais, pesquisadores, professores, estudantes (de graduação e pós-graduação), representantes da sociedade civil e de movimentos sociais, além de agentes de organizações governamentais e não governamentais do Brasil, especialmente das Regiões Norte e Nordeste, das outras regiões do país e dos demais países da América Latina.