Cultura

Psicóloga explica sintomas que atrapalham a vida de pacientes

Como saber se o seu medo é algo natural, apesar de incômodo, ou se já se tornou uma doença? As fobias ou medos patológicos possuem algumas características que as distinguem do temor comum. De acordo com a psicóloga Marta Ribeiro, as causas de muitas fobias ainda são desconhecidas pelos especialistas.

“Há fortes indícios de que a fobia de muitas pessoas possa estar relacionada ao histórico familiar, levando a crer que fatores genéticos possam representar um papel importante na origem do medo persistente e irracional”, explicou a psicóloga.

Segundo estatísticas da Associação Americana de psiquiatria, 25% da população mundial está sujeita a ter medo, pelo menos uma vez na vida, um súbito ataque de pânico provocado por uma fobia específica. “Mas as fobias nunca vêm sozinhas. Ao se deparar com o objeto de seu medo, o fóbico costuma sentir rubor facial, formigamento nas mãos, transpiração intensa e dor no peito é como se o coração fosse sair pela boca. Muitos relatam, inclusive, sensação iminente de desmaio”, explicou.

Entretanto, quando o indivíduo percebe que tem medo de um determinado objeto, e se esquiva, ou seja, recua, neste caso o medo só tende a aumentar. O que antes era um simples desconforto começa a se transformar em tabu intransponível. Nestes casos, quanto mais cedo procurar ajuda, melhor.

Segundo a psicóloga, os sintomas são diversos, entre eles a falta de ar, rubor facial, voz trêmula, dor no peito, tensão muscular, sensação de desmaio, transpiração intensa, formigamento nas mãos, ressecamento da garganta e dificuldade de concentração.

Porém a especialista explica que há como diminuir o comportamento fóbico. “O medo pode ser desaprendido, e parte do tratamento está relacionado com o contato do indivíduo fóbico ao objeto temido (no caso o hospital), até que o medo seja confrontado e vá enfraquecendo e finalizando o ciclo vicioso de reforço negativo que mantém os sintomas que fortalecem o medo”, explicou.

Segundo ela, é necessário que se tenha compreensão do mecanismo de lutar e fugir, uma resposta automática de medo, também saber aceitar e compreender este medo. “Isso não quer dizer que o indivíduo deva permanecer com medo e sim deixar que a sensação de medo venha sem travar luta contra até que a sensação vá se desvaindo aos poucos, é necessário que o indivíduo aprenda a gerenciar as emoções de forma correta”, ressalta.

Lutar contra o medo desconhecido poderá agravar os sintomas, o correto é corrigir todas as formas de erro como os pensamentos distorcidos que, por força do hábito, se associa a cada gatilho e sensação que desencadeia o medo fóbico.

Tratamento

O tratamento indicado para fobias de medo são o acompanhamento farmacológico e a Terapia Cognitivo- Comportamental. No caso da Terapia comportamental, o psicólogo utilizará, por exemplo, ao final da intervenção terapêutica técnicas como a dessensibilização sistemática, modelação, exposição imaginária, o relaxamento aplicado, dentre outras técnicas provenientes desta abordagem.

“O que mais assusta o paciente em muitos casos não generalizados, são as antecipações catastróficas que criam através dos pensamentos posteriores aos eventos, por não saber lidar com o medo, assim, por consequência, o corpo responde com sintomas de autodefesa levando a pessoa a fugir de determinada situação, tornando a vida um ciclo vicioso de debater e fugir, causando dor física e sofrimento psicológico”, relatou.