Cultura

Quadrilha resgata brincadeiras tradicionais

Grupo Xameguinho uniu alunos de teatro, coral, danças e esportes para homenagear cantigas do tempo de seus pais e avós

A quadrilha Xameguinho, formada por alunos do programa Abrindo Caminhos, mostrou a pais, mães e convidados o resultado de três meses de ensaio na primeira apresentação, realizada na noite de quarta-feira (10), no Espaço Lírio, no bairro Caimbé. A próxima apresentação será no sábado, na quadra do Colégio Militarizado Irmã Maria Parodi, no Vila Jardim, às 19h30.

O grupo apresentou a possibilidade de unir as culturas do brincar e dançar em um só espaço, além de resgatar as tradicionais brincadeiras infantis, dos tempos de pais e avós de muitos deles, como “Ciranda, Cirandinha”, “O Cravo e a Rosa”, “Escravos de Jó” e “Marcha Soldado”.

Todas as modalidades do programa foram integradas à apresentação, cuja temática era “Criança brincando de ser criança”. Narrada por Mariana (interpretada pela aluna de Teatro Brenda Teixeira), o enredo ressaltou a importância de preservar sonhos e brincadeiras na infância. Assim, entrou o Futebol, o Jiu-Jítsu, o Balé, a Ginástica Rítmica e o Jazz, embalados por canções tradicionais nordestinas, entre elas “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. O coral acompanhou tudo do início ao fim.

A quadrilha Xameguinho arrancou aplausos e interações com o público presente que não tirava os olhos dos brincantes. No salão, as crianças estavam empolgadas. Ao comando do narrador Sabá Moura, os casais realizaram o “mergulho”, passaram pelo “túnel”, giravam as saias e batiam pés e mãos com empolgação, além de estarem afiadas com as canções na ponta da língua.

A dona de casa Auricélia Dutra é mãe de aluno do programa Abrindo Caminhos. Na apresentação, não conseguiu conter a emoção de ver Ariel Pereira dançar para muitas pessoas. “Ele gosta muito de participar da quadrilha e da informática”. O programa representa para ela a maneira de ocupar a mente do filho e, ainda sim, proporcionar-lhe um momento de socialização e aprendizado.

Foram três meses de ensaio, dois encontros por semana. A bailarina Daniely Beatriz estava concentrada para não errar nenhum passo na representação do Balé na coreografia. “Espero me divertir, acertar os passos e mostrar o que o Abrindo Caminhos faz por nós”. Assim fez. Na apresentação, a adolescente de 15 anos mostrou a leveza e a disciplina da dança ao som de Elba Ramalho.

Empolgada com a primeira participação em uma quadrilha junina, a noivinha Selena Oliveira não conseguia esconder a animação dentro e fora do salão. “Espero dançar mais, faça outras modalidades de dança e continue na quadrilha”.

De acordo com o organizador da quadrilha Xamego na Roça, Sabá Moura, a proposta é mostrar a esta geração os valores das brincadeiras antigas e que tem caído no esquecimento da sociedade. “Já não vemos as brincadeiras infantis, já não escutamos mais as brincadeiras e a gente fica preocupado com a mentalidade das crianças”.

Para 2020, o programa Abrindo Caminhos pretende repetir a dose levar para os salões as crianças e adolescentes. A diretora Viviane Lima ressaltou que este momento foi aguardado por pais e alunos. “Mostramos que é um verdadeiro espetáculo, a ‘Xameguinho’ do Abrindo Caminhos são alunos de todas as modalidades, tem a participação do coral”.