As produções audiovisuais têm sido motivo de orgulho para o Estado. É notório o avanço da criação cinematográfica roraimense. Dessa vez, o documentário “Serenkato – O canto da floresta”, e os filmes “Filhos da Hutukara”, “O Estranho” e “O Último Lamento” foram selecionados para participar da 6ª Mostra de Cinema da Amazônia. E serão exibidos em Belém, Bragança, Manaus e Rio Branco até o dia 27 de setembro.
Esse evento é itinerante e utiliza o cinema como ferramenta de intercâmbio cultural entre as produções amazônicas e o resto do mundo. Essa é a sexta edição do projeto, que volta ao Brasil após passar por Paris, Berlim, Frankfurt, Munique, Hannover, Colônia, Lisboa, Coimbra, Porto, Góis, Caiena e todos os estados da Amazônia brasileira. Durante as duas semanas, além das exibições, haverá oficinas, palestras e debates sobre o tema.
De acordo com o produtor da Biosphere Records, que produziu os três dos quatro filmes, Cláudio Lavôr, é sempre muito importante ter representações de Roraima participando de festivais e mostras nacionais e internacionais. “Assim, oportuniza que pessoas de outros lugares do Brasil ou países estrangeiros conheçam o audiovisual feito aqui. O cinema roraimense vem colhendo frutos”, pontuou.
Falando em relação ao crescimento obtido ao longo dos anos, afirmou que é motivo de orgulho. “Portanto, nós estamos felizes pelo reconhecimento do trabalho, provando que existe, sim, cinema roraimense. Viva ao audiovisual de Roraima!”, disse contente por mais um passo dado.
Para o cineasta, Alex Pizano, ter obras de ficção representando Roraima em uma mostra de cinema na região Amazônica é de um orgulho pessoal e profissional sem tamanho. “Isso nada mais é do que o reconhecimento de um trabalho árduo e dedicado, pois é o gênero cinematográfico que cada vez mais ganha espaço e destaque aqui e em nível nacional”, informou, falando sobre seu estilo ao qual encaminha suas obras.
Sobre a expectativa, disse que espera que as obras selecionadas para a mostra sejam vista por muitas pessoas da região Amazônica. “O melhor prêmio é que os mais diversos públicos tenham a oportunidade de assistir e apreciar nossos trabalhos”, finalizou.
SOBRE OS FILMES
Filhos da Hutukara (Direção Ana Lúcia Mendina / Produção Biosphere Records). Recebeu o prêmio de Melhor Trilha Sonora no Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA) em 2014. Sinopse: Foi realizado pela artista plástica roraimense Ana Mendina, durante os 20 dias que permaneceu na região do Demini, na aldeia Watoriki, na Terra Indígena Yanomami, no ano de 2012. Ana Mendina registrou o cotidiano das crianças e mulheres, sua força, seus sorrisos, tentando assim demonstrar a energia que emana dos Yanomami, sua fonte inesgotável de vida, a Hutukara.
Serenkato – O Canto da Floresta (Direção Jonathas Bernard / Produção Biosphere Records). Está em seu 12º festival e recebeu em 2014 o prêmio de Melhor Produção Amazônica no 5º Festival de Cinema Curta Amazônia. Sinopse: Na comunidade de Campo Alegre, Roraima, região norte da Amazônia brasileira, o filme Serenkato revela a paixão da etnia macuxi pela música indígena que há tempos é inspirada nos seus mitos e na natureza para criar uma arte que encontra na voz das crianças e jovens a sua mais sublime expressão.
O Estranho (Direção Alex Pizano). Destaca-se por sua exibição no Festival Internacional de Curtas de São Paulo, Festival Mineiro de Curtas e conquista do prêmio nacional de destaque do júri pelo Festival Tela Digital em outubro de 2011. Sinopse: Um homem sem memória procura descobrir sua identidade ao mesmo tempo em que tenta desvendar os enigmas do mundo ao seu redor.
O Último Lamento (Direção Alex Pizano / Produção Biosphere Records). Está em seu 11º festival e recebeu Mensão Honrosa no Festival Art Deco de Cinema/SP em 2013. Sinopse: Ex-integrante de uma rede mafiosa prestes a ser executado reflete sobre sua vida e as escolhas que moldaram toda a sua trajetória até o dramático momento em que ele se encontra.