Cultura

Setor cultural em Roraima representa 0,21% do PIB do estado

Os dados foram divulgados na tarde desta segunda-feira, 10, pelo Observatório Itaú Cultural, em São Paulo.

O segmento cultural em Roraima representa o equivalente a 0,21% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, representando a menor proporção do país. Os dados foram divulgados na tarde desta segunda-feira, 10, pelo Observatório Itaú Cultural, em São Paulo.

Ainda de acordo com o estudo, em 2021, Roraima tinha o total de 141 empresas da economia criativa. As categorias setoriais que compõe mais de 75% da quantidade dessas empresas são Publicidade e Serviços Empresariais (30%), Moda (25%), Cinema, Rádio e TV (15%) e Desenvolvimento de Software e jogos Digitais (6%).

As empresas criativas geraram em 2020 mais de R$152 milhões em receita e cerca de R$ 40 milhões em lucros.

Dados referentes ao quarto trimestre de 2022, mostram que o número de pessoas ocupadas na economia da cultura e das indústrias criativas em Roraima, era de 7.940, representando cerca de 3% dos trabalhadores do estado. A remuneração média para esses trabalhadores é de R$3.016.

Dados Nacionais

O PIB da Economia da Cultura e Indústrias Criativas (ECIC) no Brasil representa 3,11% das riquezas geradas no país em 2020, o que equivale a R$ 230,14 bilhões dos R$ 7,4 trilhões movimentados pela economia no período.

Esse percentual equivale a R$ 230,14 bilhões dos R$ 7,4 trilhões movimentados pela economia no período. Para se ter uma ideia da magnitude da participação, em 2020 o setor automotivo respondeu por 2,1% do PIB (dado IBGE), um ponto percentual a menos que a cultura e as indústrias criativas no mesmo intervalo. 

Ainda de acordo com os dados do PIB do Observatório Itaú Cultural, em 2020 existiam mais de 130 mil empresas de cultura e indústrias criativas em atividade no país.  

Segundo o boletim de mercado de trabalho do Observatório Itaú Cultural, a cultura e a economia criativa responderam por 7,4 milhões dos empregos formais e informais no Brasil em 2022 (dados do quarto trimestre), o que equivale a 7% do total dos trabalhadores da economia brasileira. O número é 4% maior que o verificado em 2021. Só no ano passado, a cultura e a economia criativa geraram 308,7 mil novos postos de trabalho no país.   


Legenda

Metodologia

O PIB da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas do Observatório Itaú Cultural foi elaborado principalmente a partir do critério de renda, o que engloba massa salarial, massa de lucros e outros rendimentos auferidos por empresas e indivíduos no país.  

A metodologia foi desenvolvida por um grupo de pesquisadores, liderado por Leandro Valiati, professor e pesquisador da University of Manchester, no Reino Unido, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O indicador seguirá em constante aprimoramento. 

Para determinação do PIB da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas foram utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADc/IBGE), da Relação de Informações Sociais (RAIS), do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), além das Tabelas de Recursos e Uso do IBGE (TRU) para contabilização dos impostos e o histórico de prestação de contas da lei Rouanet. 

Como algumas bases de dados não foram totalmente atualizadas em relação a 2021 e 2022, o primeiro levantamento do PIB da cultura do Observatório Itaú Cultural só conseguiu determinar o valor da geração de riquezas produzido da cultura e indústrias criativas até 2020. O Observatório do Itaú Cultural seguirá atualizando a plataforma e aprimorando os indicadores.  

Para a formulação do modelo foram considerados como indústrias criativas os segmentos de moda, atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio.  

O primeiro levantamento do Observatório Itaú Cultural com a metodologia mostra que o PIB da Economia da Cultura e Indústrias Criativas (ECIC) vem crescendo de forma mais acelerada que o total da geração de riquezas no país nos últimos anos. De 2012 a 2020, o PIB dos segmentos criativos, em números absolutos, experimentou crescimento de 78%, enquanto a economia total do país avançou 55%. A participação do PIB da ECIC era de 2,72%, em 2012, e saltou para 3,11%, em 2020.  

De acordo Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, instituição à qual o Observatório Itaú Cultural está integrado, “a nova plataforma traz a real dimensão da contribuição da cultura e das indústrias criativas para o desenvolvimento econômico do Brasil”.  Segundo Saron, o novo modelo traz dados confiáveis para orientar corretamente as políticas públicas. “Agora temos um indicador para nortear o debate. A economia da cultura e das indústrias criativas são fundamentais para a geração de emprego e renda no país”. 

“A construção do indicador foi um processo longo e bastante cuidadoso e envolveu consultas a especialistas no Brasil e no exterior”, diz Leandro Valiati, coordenador do novo PIB da Cultura e das Indústrias Criativas. “Fizemos pesquisas qualitativas com pesquisadores nacionais, oficinas com pesquisadores internacionais, verificamos especificidades da economia brasileira e tendências internacionais para chegar ao indicador, que é comparável internacionalmente”, observa. O trabalho envolveu quatro pesquisadores estrangeiros e 30 brasileiros que são referência no tema. 

De acordo com o Observatório do Itaú Cultural, a participação do PIB dos segmentos no país é maior do que o verificado na África do Sul (2,9%), Rússia (2,4%) e México (2,9%), para dar alguns exemplos internacionais.