De acordo com o Ministério da Saúde (MS) a automedicação é a maior causa de internações por intoxicação no Brasil. O colírio também é uma medicação, assim como um comprimido qualquer. Muito utilizado sem a prescrição médica, o produto é usado para deixar o olho branquinho, pode trazer problemas para a visão.
De acordo com os oftalmologistas Marcelo Moreira e Eloisa Klein, existem os mais diversos tipos de medicações sob a forma de colírio desde antibióticos, antiinflamatórios e até medicações para controle da pressão dos olhos. “O uso de medicação sem prescrição médica, conhecido como automedicação, pode levar ao agravamento da doença que se tem a intenção de tratar e ter sérias consequências”, reforça.
O colírio tem a função de levar a medicação até o olho e tratar aquela área específica. Entretanto, deixar de sentir o incômodo da secura do olho pelo uso do colírio não significa que a causa está sendo tratada.
Os riscos são variáveis, desde apresentar uma reação alérgica à medicação até agravar infecções oculares e provocar a perfuração do olho e perda da visão.
“É importante ressaltar que todo colírio aplicado acaba se espalhando pelo organismo, podendo causar efeitos colaterais em outras partes do corpo como falta de ar, diminuição dos batimentos cardíacos, aumento da glicemia. Portanto, o colírio não é tão inofensivo como muitos pensam. Ele é uma medicação e deve ser usado com cuidado”, reforça o médico.
O que é preciso ter consciência é que o motivo da vermelhidão nos olhos precisa ser investigado, apesar de ter efeito imediato, faz com que os vasos sanguíneos que estavam dilatados se fechem, mas o efeito é passageiro e os vasos voltam a se dilatar.
“Consultar seu médico oftalmologista e explicar o que está sentindo é a melhor forma de evitar infecções. Ele é a pessoa mais indicada para prescrever um colírio que atenda à sua necessidade”, conta.
O que acontece na maioria das vezes é que ao primeiro sinal de desconforto um colírio é utilizado. Em alguns casos, até emprestado. O principal ponto é que as pessoas não encaram “essa aguinha” como remédio. É bom repetir que qualquer uma das categorias tem princípios ativos e para cada problema há um colírio certo.
Mesmo para aqueles que fazem uso do colírio com indicação do oftalmologista, é importante ficar atento à forma de aplicá-lo. Por exemplo, quando a pessoa usa mais de um colírio deve respeitar o intervalo de cinco a dez minutos entre um colírio e outro já que o olho só comporta uma gota por vez.
SORO FISIOLÓGICO
Existem também aquelas pessoas que utilizam o soro fisiológico para lavar os olhos. Mas os especialistas advertem não ser o ideal.
“Não é o ideal. O soro fisiológico é livre de conservantes, portanto está susceptível à contaminação por microorganismos. Quando lavamos os olhos com soro, tiramos a proteção natural dos olhos que a lágrima oferece e expomos nossos olhos a riscos”, explica a médica Eloisa.
Segundo Marcelo, a lágrima é um líquido produzido por glândulas lacrimais que se encontram na parte interna de cada um dos olhos. Ela possui a função de lubrificar os olhos e protegê-los contra substâncias estranhas e infecções.
“Nossa lágrima é rica em substâncias que são capazes de manter nossos olhos protegidos, quando em equilíbrio. A higiene dos olhos deve ser a mesma higiene do rosto, que fazemos pela manhã e à noite, apenas na pele e cílios. Dentro dos olhos não é necessária lavagem” finalizou.