A Ciência conta que os dinossauros surgiram há pelo menos 230 milhões de anos, e que durante 135 milhões de anos foram a espécie dominante na Terra, do período geológico Triássico ao final do Cretáceo, há cerca de 65 milhões de anos, quando um evento catastrófico ocasionou a extinção dos dinossauros.
Até os dias de hoje essa forma de vida ainda instiga a imaginação humana. E dos vestígios já encontrados pelo homem, os dinossauros inspiram diversas teorias.
A paleoarte ou paleontografia é uma delas, e consiste na representação visual de hipóteses científicas sobre a anatomia de espécies fósseis.
O trabalho pode utilizar desde técnicas tradicionais de desenho a formas de modelagem, como no feitio de esculturas, por exemplo. Dessa forma, observa-se a padronização, textura, coloração, etc., sobretudo, desenvolto na anatomia, em que se detalham esqueletos, inserção de músculos, ligamentos, hábitos e postura.
A aplicação da paleoarte é vasta, principalmente quando a imaginação se conecta a descobertas, como tem sido com o artista plástico Saulo Rodrigues, que tem referido o tema no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), em Artes Visuais, pela Universidade Federal de Roraima (UFRR).
“Tenho pesquisado o assunto, encontrado boas referencias e projetado o conceito como um instrumento, ou melhor, também venho produzindo arte a partir dos detalhes deste estudo”, contou.
A paleoarte pode usar as mais variadas linguagens artísticas como o desenho, a pintura, escultura e mais recentemente a ilustração digital, sendo estas linguagens vistas em artigos científicos, revistas, livros e museus por todo o mundo.
“Sempre fui fascinado por dinossauros e constantemente eu leio livros e revistas que detalham o passado destas feras. Também sou colecionador de miniaturas, principalmente de dinossauros produzidos com rigor realista e científico, aos quais venho desenvolvendo no Estúdio 51, sob referencias acadêmicas e utilizando materiais recicláveis, trabalho que também já pôde ser conferido pelo público durante os Encontros de Colecionismo do RR Clube HQ, realizados em Boa Vista”.
Saulo destacou que o serviço dos paleoartistas é dar forma e vida ao cenário pré-histórico, sendo uma teoria fundamental para os cientistas testarem hipóteses a respeito de um fóssil e ainda uma importante ferramenta de divulgação científica.
“A paleoarte é a representação visual de hipóteses científicas, como a aparência do animal ou planta, o ambiente, etc., estudada de forma sistemática e tem por função, a divulgação científica, transpondo o conhecimento científico em obras de fácil acesso ao público em geral. Quando restos fósseis são encontrados em sítios paleontológicos, estes passam a serem analisados, e com os dados científicos em mão, os paleontólogos precisam divulgar as informações. Aí que entra a arte paleontografia”, explicou Saulo.
O estudante também referiu que o material mais importante para se criar uma obra de paleoarte é a ciência.
“Cada trabalho depende de vasta e rigorosa pesquisa. Embora a técnica artística seja fundamental para dar forma às ideias na qualidade de uma produção. No mais, a paleoarte encanta seu público e, principalmente, informa por estar atrelada aos novos achados e pesquisas paleontológica”, finalizou.