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Artista expressa sua obra por meio de desenhos e charges

Bach começou a desenhar quando criança. Suas obras expressam o pensamento político de forma inusitada

Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira. Para entender uma charge, não é preciso ser necessariamente uma pessoa culta, basta estar a par do que acontece ao seu redor.
Lindomar Neves dos Santos escolheu essa forma de arte para expressar o seu descontentamento com a atual situação política. A charge entrou em sua vida como uma proposta de produzir os efeitos cômicos e reflexivos que enfrentava todos os dias.
Além de ilustrador, Bach, como é conhecido, desenha, pinta e escreve literatura de cordel e já lançou dez livros. O artista já divulgou seu trabalho em vários países da América latina, como a República Dominicana e Haiti.
Sua veia artística aflorou na década de 80 com o movimento daquela época. “No antigo palácio da Cultura, os artistas se reuniram para fazer uma exposição que recebeu o nome de “Daniel – Na Cova dos Leões”, era um movimento cultural pequeno, porém unido. Foi ali que tudo começou”, relembra.
Ele começou a desenhar quando criança, mais precisamente aos 13 anos. O desenho se transformou em sua profissão e quando jovem começou a estudar Design gráfico. “Naquela época, precisava de um emprego e aquilo começou a gerar renda”, relatou. Ao longo de vinte anos, suas obras são reproduzidas com muita veracidade e autenticidade em um processo em que o artista está atento aos pequenos detalhes que, muitas vezes, são perdidos em nossas vidas cotidianas. Além da criatividade, seus trabalhos levam muita disposição e paciência.
“Comecei a trabalhar em 86 em um jornal, e disso aí surgiram as minhas primeiras charges. Trabalhava manualmente, já que não existia computador com facilidade e aquilo foi bem aceito. Com o tempo, comecei a ser reconhecido como chargista também”, explicou.
Em seu caderno de desenhos estão os mais diversos tipos de personagens, desde recriações até novas versões de desenhos que ganham vida a partir da criatividade do artista.
Bach aprendeu a desenhar de forma autodidata sempre com incentivo da família. Foi estudando e pesquisando que conseguiu aprimorar seu traço. “Sou da filosofia de que ninguém é artista só por se dizer artista, ninguém é escritor se não escrever livro, e ninguém é artista plástico se não pintar um quadro, é preciso correr atrás e batalhar e tudo que você faz vai ser definido por quem aprecia o seu trabalho”, explicou.
As homenagens para Roraima também não ficam de fora. Indígenas e a paisagem macuxi fazem parte de suas obras. O artista está planejando lançar o cordel “Roraima – A Terra Que Eu Amo”. “Sou filho de macuxi e gosto de falar de Roraima do jeito que eu conheço Roraima. É regionalizar o universal e universalizar o regional. Eu amo Roraima e essa terra será sempre uma inspiração”, disse.