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Coletânea reúne artistas que cantam na periferia de Roraima

São vinte canções autorais que contam a história e luta dos roraimenses por meio do rap

A batida do hip hop e do rap com letras de engajamento, pedindo mais respeito à cultura negra produzida na periferia, que por muitas vezes é vítima de preconceito da sociedade. Essa é a proposta da coletânea Rap Roraima que reúne catorze artistas locais, entre eles, M-nência 

Samir Rimas, Erick the dude, 1000trutas, Jhonatan MC, MC Frank (Fm7), Primeiro Verbo, Eduardo Queiroz, West Bordo, Yest, Avancê, Perseu & Horus e 7niggaz.

São vinte canções autorais que contam a história e luta dos rapper por meio da rima. O álbum também conta com a participação de um haitiano Big Clam, que canta em espanhol.

“O movimento vem crescendo bastante, queremos criar um projeto sociocultural ligado a elementos da cultura Hip hop em Roraima, esse projeto melhorou muito a autoestima dos músicos e deve ter continuidade, quem não gravou nesse primeiro será inserido no próximo”, explica MC Frank que há dez anos dedica sua vida ao mundo do rap.

Além de um novo cd com músicas autorais, a proposta é criar alternativas para os jovens por meio da cultura de rua, além de integrar o rap brasileiro em espaços públicos, a cultura se une com o audiovisual, com o esporte, com as atividades de lazer.

“Queremos levar o Hip hop para todos, nosso objetivo é promover, fomentar o Hip hop que não é um estilo musical, e sim uma cultura que engloba todo o movimento, desde o esporte de rua, a música, o grafitte, o rap e a poesia. É uma coisa divina cada um exerce muito bem o que ta fazendo”, explica Mc Frank.

Segundo o grupo, o rap em Roraima cresce cada vez mais e apresenta um trabalho muito consistente. Eles prometem uma temporada de shows a partir do próximo ano.

Sonhos Roubados

No álbum, uma das músicas que ganha destaque é ‘Sonhos roubados’ composta pelo Jornalista J. R Rodrigues, um dos apoiadores do projeto, juntamente com 7Niggaz e Big Clam.

A música ganhou um videoclipe e retrata a realidade política do Brasil e de outros países focando na crise venezuelana. Big Clam é haitiano e chegou criança para morar em Caracas, Venezuela, onde foi artista solo e em diversos grupos.

“Na coletânea tenho duas músicas solos, duas músicas com o grupo Primeiro Verbo que é o primeiro grupo de Rap gospel de RR a lançar um cd autoral, e mais três participações com Mc Frank e 1000trutas. A última faixa da coletânea chamada sonhos roubados trata da imigração venezuelana e da corrupção ativa que existe na América Latina e do Sul. Todos os trabalhos podem ser encontrados facilmente em minhas pages no Facebook, soundcloud, palcomp3, youtube ou até mesmo numa simples pesquisa no Google com meu vulgo artístico: 7niggaz”

Sobre as ideias pra fazer a coletânea, o rapper Samir Rimas Feat acredita que cada um tem seu estilo próprio de compor, e o que quer passar para o ouvinte.

Cena Local

O rapper Jimmi que faz parte do Big Clam, explica que assim como ele, muitos artistas iniciam na música muitos jovens.

“Eu comecei há dez anos, tinha treze anos, ouvia música e na minha escola tive incentivo de um professor, esse caminho é o que eu to trilhando, a coletânea une artistas de diversas gerações”, disse.

De acordo com o rapper Eduardo Queiroz, existem dois coletivos que atuam no cenário local, e que há dois anos, os movimentos têm se intensificado o trabalho dos artistas.

“A gente tem essa preocupação de produzir música autoral, sem arranjo de outros artistas, gravando com as nossas ferramentas, nossa intenção é que essa coletânea venha a aumentar o cenário, com mais artistas, entendendo de gravação, de música, e sair um pouco do amadorismo, e mostrar que podemos produzir a nossa música”, reforçou.