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Como os relacionamentos influenciam no bem estar das pessoas

O Dia dos Namorados está chegando e com ele a expectativa de presentes, rituais de sedução e romantismo. Contudo, esse é também um excelente momento para refletir a relação a dois e os relacionamentos de um modo geral.

Uma longa pesquisa realizada pela Universidade de Harvard concluiu que bons relacionamentos, mais do que fama ou dinheiro, são os fatores que melhor contribuem para a saúde e para uma vida boa e feliz. A pesquisa acompanhou indivíduos por várias décadas e o resultado foi que pessoas que se sentiam mais satisfeitas com suas relações aos 50 anos estavam mais felizes aos 80 anos.

O psiquiatra Alberto Iglesias explica que para a ciência, paixão e amor são consequências de manifestações bioquímicas do organismo. Substâncias como dopamina, feniletilamina e ocitocina são encontradas no corpo nas fases iniciais de um relacionamento amoroso, sendo responsáveis pelas sensações que experimentamos quando estamos apaixonados.

“Todavia, com o tempo o organismo vai se tornando mais resistente aos efeitos dessas substâncias e todo o fervor da paixão pode desaparecer gradualmente. De acordo com algumas teorias científicas, homens e mulheres seriam biologicamente programados para se sentirem apaixonados por um período de dezoito a trinta meses, tempo suficiente para o casal se conhecer e procriar” relata.

Assim, a paixão é vista como um sentimento intenso, mas passageiro, caracterizando-se por um forte fascínio que uma pessoa exerce sobre a outra.

“Muitos estudiosos do assunto dizem que a paixão cega as pessoas, pois ela não leva em conta diferenças sociais, de formação e de idade. A paixão correspondida causa muita felicidade e satisfação, mas quando ocorre o contrário sobrevém uma enorme tristeza, pois o apaixonado só se sente feliz se conquistar o objeto de sua paixão”, explica o especialista.

“Os adolescentes estão mais sujeitos aos arroubos da paixão, mas os mais velhos também podem experimentar esse sentimento. Eventos simples, como um olhar ou um aperto de mão podem desencadear a produção de feniletilamina no cérebro. Essa substância é um neurotransmissor associado ao sentimento de amor”, ressalta.

Existem também indícios de que as pessoas exalam pelos poros, e até mesmo pelo hálito, uma substância chamada feromônio. “Esta substância produz reações químicas que provocam uma sensação de prazer, sendo responsável por uma comunicação bioquímica inconsciente que sinaliza os nossos desejos e interesses sexuais. Para os defensores da teoria dos feromônios, o amor à primeira vista é a maior prova da existência dessa substância”.

O conceito mais popular de amor supõe a formação de um vínculo emocional que produz os estímulos necessários ao surgimento e manutenção do relacionamento amoroso. Esse vínculo produz um forte sentimento de apego.

“Refletir sobre os vínculos emocionais existentes entre os namorados permite obter respostas para superar as dificuldades presentes na vida a dois. O dia dos namorados é uma oportunidade para os casais manterem acesas as emoções, as fantasias e as expectativas iniciais, fazendo com que o amor maduro se alimente da fonte de paixão dos adolescentes”, relata.

Os bons momentos devem servir para recordar o tempo de namoro e recuperar o encantamento inicial. “O dia 12 de junho é o dia consagrado aos namorados, mas não devemos ficar presos a esse único dia para desfrutar do prazer de namorar. Todos os dias devem ser especiais para os que desejam continuar juntos. Não é fácil, mas é possível”, finaliza o médico.