Adenóides aumentadas e inflamadas podem ser dolorosas e dificultar a respiração. A otorrinolaringologista Maura Neves desmitificou alguns os mitos e verdades sobre a doença.
“A adenóide é um conglomerado de tecido linfóide que, quando olhamos, parece muito uma esponja. Por isso o nome popular”, relatou.
A especialista explica que todas as pessoas possuem esse tecido na infância. “Ele regride espontaneamente durante o crescimento. Algumas vezes a adenóide cresce muito rápido na infância e causa problemas respiratórios, como nariz tampado e roncos. Na adolescência, normalmente ela já regrediu. Quando isso não acontece, a respiração pode ser comprometida”, contou.
Segundo ela, o papel dela é de defesa do organismo durante a infância, porém pode causar infecções. “Com a adenóide pode ter uma adenoidite, como temos a amigdalite. Na amígdala, o sintoma da adenoidite é semelhante ao da sinusite, com secreção nasal, nariz tampado e febre. Além disso, a adenóide aumentada pode causar otites, que são infecções de ouvido”, relatou.
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Ela também pode causar problemas de audição, já que está posicionada ao lado das tubas auditivas do ouvido. “Essa proximidade facilita a obstrução da drenagem de secreções do ouvido e infecções nessa região. Além disso, apenas a retenção de secreção no ouvido já provoca alteração da audição. Isso ocorre com mais frequência nas crianças e pode atrapalhar o desenvolvimento da linguagem”, explicou.
Segundo ela, a adenóide aumentada não precisa ser sempre ser operada. A cirurgia é indicada apenas em casos de obstrução, quando a respiração fica comprometida ou quando ocorrem infecções de repetição, como adenoidites e otites. Portanto, a indicação depende do quadro clínico do paciente.
O que pode piorar é a rinite alérgica. O aumento da inflamação provoca um aumento da adenóide reativa. Essas pessoas têm, então, dois fatores para causar obstrução nasal: a rinite e a adenóide. “O sistema imunológico do organismo está situado em vários locais. Ao remover uma parte dele, o restante assume totalmente a defesa do corpo.
Outro ponto importante é considerar que a cirurgia só será indicada em pessoas nas quais a adenóide esteja causando problemas (obstrução e/ou infecção)”, explica a especialista.
