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Educadora física dá dicas de atividades para crianças

Hérika Santos é profissional de Educação Física. Pós-graduada em Musculação e Personal Trainer

Para muitas crianças, pensar nos membros do corpo deixou de fazer parte só da aula de Ciências e das músicas temáticas. Com opções que vão além de esportes e danças, as academias oferecem treininhos e até malhação com foco no desenvolvimento infantil.

Para a educadora física Hérika Santos, as crianças se encontram em um período de desenvolvimento ósseo, muscular, grandes adaptações neurais e, deste modo, os estímulos são muito bem-vindos.

“Todas as atividades que possam estimular as crianças de forma saudável e segura são bem-vindas, é claro, respeitando a maturação destas. Atividades que englobam mais de uma habilidade e têm um “toque lúdico” são sempre mais indicadas”, ressalta.

Ela ressalta que os pais não devem tornar a criança em um mini-adulto, mas sim oferecer a ela o maior número de estímulos benéficos possíveis: jogos, circuitos, atividades que possibilitem correr, saltar e aprimorar a força são indicadas. “Estudos comprovam que crianças que participam apenas de ‘escolinhas’ de determinado esporte aeróbio têm resultados menos positivos que crianças que participam de algum tipo de luta, por exemplo. O ideal é que assim como ocorre com adultos, as crianças executem tanto exercícios aeróbios como atividades que exigem força”, comentou.

Os pais devem ficar atentos não apenas nas atividades em si, mas sim na forma como elas são executadas. É necessário que os pais observem se a atividade, em primeiro lugar, faz a criança se sentir mais feliz do que cobrada e se é uma atividade segura. “Por exemplo: crianças colocadas por pais em esportes de alto-rendimento, (ginástica, atletismo, vôlei, basquete) quando cobradas da mesma forma que um adulto seria cobrado, podem ter muitos prejuízos, tanto físicos, como por exemplo lesões e problemas ósseos; como problemas psicológicos, por sentirem-se obrigadas e cobradas de mais a atingirem metas e obterem, a qualquer custo, alguns resultados”, relatou.

Atualmente muitas doenças crônicas, anteriormente vistas somente em adultos, têm afetado as crianças. Diabetes e osteoporose são algumas das doenças que também podem atingir crianças. “A grande parte das crianças sofrem desses males por três motivos: Seguir exemplo dos pais, com rotinas cada vez mais distorcidas; péssimos hábitos alimentares; e falta da prática de movimento em grande quantidade no seu dia a dia”, explicou a especialista.

A atividade física orientada por um bom profissional dará à criança melhor qualidade de sono, possibilita a perda de gordura, afasta a possibilidade de problemas respiratórios e, em casos de estar no início, pode auxiliar a criança a livrar-se do problema por completo, diminui o estresse físico e emocional, acelera o metabolismo e ajuda a resgatar a autoconfiança.

Porém, atividades mal orientadas e exercícios com cargas elevadas podem ocasionar sérios problemas ósseos, como atrofias. “Mas, como já citei anteriormente, um trabalho bem direcionado tornará a criança mais forte do que as que não praticam musculação, além de muito mais saudável”, disse.

Em geral, a criança que se exercita é muito mais saudável do que a criança que não tem movimento no seu cotidiano. Além do mais, a teoria do espelhamento (que afirma que o exemplo é muito mais satisfatório que os conselhos), prova que os pais devem tentar levar uma vida saudável e consequentemente os filhos irão se enquadrar no mesmo padrão. “Hábitos como dormir cedo, fazer as refeições em ambiente limpo e direcionado a isso, brincar com irmãos ou colegas, são atividades que podem ser determinantes para uma criança se tornar um adulto saudável”, comentou a educadora física.

Siga as dicas dos especialistas e saiba como trabalhar as atividades físicas e esportes no dia a dia de seu filho de acordo com a faixa etária:

De 6 semanas a 1 ano – Estimular com brinquedos que emitam sons; brincar de esconder e encontrar objetos (um lenço, uma tampa de mamadeira ou qualquer coisa que estiver à mão e seja fácil de colocar embaixo de almofadas ou atrás do corpo do adulto); cantar músicas gesticulando bastante e incentivando o bebê a imitar, de preferência inserindo o nome do bebê na letra; espalhar brinquedos pelo ambiente para que ele se mova para alcançá-los.

De 1 a 3 anos – Atividades que motivem a participação da criança, como teatro de fantoches ou de bonecos, que visem o equilíbrio, a flexibilidade e a independência, como dança livre ao som das músicas preferidas da criança.

De 3 a 5 anos – Exercícios que envolvam correr, pular, chutar, agarrar ou dançar. Exemplos: chutar e agarrar bolas livremente, “Corre Cotia”, “Meu Mestre Mandou”, pega-pega, esconde-esconde ou estátua.

De 5 a 8 anos – Atividades que, ao mesmo tempo que envolvam correr, pular, agarrar e dançar, desafiem a criança. Exemplos: amarelinha, passa-anel, corrida das cores (diz-se o nome da cor e a criança deve correr para tocar algo daquela cor), carrinho de mão (uma criança se apoia no chão com as palmas das mãos enquanto a outra a segura pelos pés para uma corrida) ou corrida de sacos.

De 8 a 14 anos – Os pais devem apresentar a maior quantidade possível de modalidades esportivas para o filho e deixar que ele escolha em qual quer se especializar. Atividades sugeridas: natação, futebol, vôlei, basquete, handball, tênis, artes marciais, esgrima ou ginástica rítmica.