Composta por 21 obras coloridas, está aberta à visitação a exposição “Abstrato Amazônico” nos corredores do Hospital Geral de Roraima, do fotógrafo Wank Carmo.
A proposta é revelar a beleza dos recursos hídricos finitos, através de um mecanismo técnico muito simples: fotografias aéreas, captadas a aproximadamente três mil pés de altura, de onde o fotógrafo pode fracionar um universo que passa despercebido.
Wank Carmo idealizou a realização dessa exposição em 2009, quando passou por duas cirurgias no HGR e em 2014 voltou e fez mais duas. “E lá dentro do Hospital Geral de Roraima, prometi a mim, a Deus e ao meu cirurgião, que faria uma instalação fotográfica. Como historicamente, vivo a fotografia intensamente e coloco-a a serviço da humanidade, no amanhecer de 2016, faço os primeiros contatos com os gestores da Secretaria de Saúde do Governo do Estado de Roraima, e recebo a autorização que meu coração precisava”, disse.
Segundo ele, o autor que esteve várias vezes em contato com pessoas que salvam vidas identificou entre os médicos e funcionários do hospital, gestos e sorrisos que serviram de um prato cheio para um fotógrafo.
“Quando exponho arte para o povo, eu me sinto bem. Feliz. Desta vez, transformei os corredores do HGR numa galeria. De pobre a classe média, do índio ao branco, passando pelos hispânicos e guianenses, todos estão tendo a oportunidade de ver fine art photography”, relatou o autor da exposição.
Na programação também está incluída um Workshop de Fotografia, com a comunidade interna do Hospital Geral de Roraima, que acontecerá, terça e quarta-feira (27 e 28), das 18:00 às 21:00 horas. O autor promete abordar a história da fotografia e avançar pelos vastos afluentes da fotografia, expondo técnicas diversas, além de tirar dúvidas.
“Abstrato Amazônico”
A proposta vem de uma inspiração do músico Milton Nascimento, que dizia que o artista deve levar a arte até onde o povo está. Além da exposição no hospital, ele também expôs a arte em escolas da capital.
“Milton Nascimento, ainda nos anos de ditadura militar (70/80), me ensinou a levar a arte aonde o povo está. Vivi as infelicidades e os bons momentos, embalado pelo Clube da Esquina e outros movimentos culturais de outras paragens nacionais. Hoje, sou roraimense, e decidi, em 2005, levar cinema e fotografia para dentro da Escola Gonçalves Dias, pois tinha uma filha que lá estudava e me senti na obrigação de livrar a escola da violência. A sempre nefasta violência. Com a ajuda dos gestores, conseguimos”, contou.
Segundo ele, a ideia também surgiu quando fotografou um parto, dentro da Maternidade Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em 2009.
“Com um título à altura da compreensão da unanimidade, e que locomotivou um conjunto de obras, que fizeram homenagens às mulheres em plena labuta, e que ficaram gravadas na mente dos homens e mulheres. Foi didática. É para os médicos, funcionários e seus pacientes e acompanhantes que dedico a Exposição Abstrato Amazônico. O objetivo é alertar o nosso povo para a necessidade de preservarmos nossos rios e igarapés ou sofreremos, em curto espaço de tempo, o caos na nossa porta”, finalizou.