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Fotógrafo viaja pedalando e registra o cotidiano dos ciclistas

Fotógrafo viaja e registra o cotidiano daqueles que escolheram a bicicleta como meio de transporte. O resultado será um Fotolivro-documentário.

O fotógrafo Felipe Baenninger tomou uma decisão muito importante há dois anos. Deixou São Paulo, a cidade onde morava, a família e o emprego em nome de um projeto. O Transite teve início no dia 1º de junho de 2013, com um objetivo: o de percorrer todos os estados brasileiros pelo propósito de produzir um fotolivro-documentário com as histórias dos brasileiros e suas bicicletas.
Ele chegou a Boa Vista, entrevistou, fotografou e documentou a história daqueles que escolheram a bicicleta como meio de transporte, ou por ela ser a única opção. De acordo com Felipe, a proposta é entender o motivo de, mesmo com tantas pessoas utilizando as bicicletas, as cidades não possuírem estrutura preparadas pra elas.
A trajetória de 1.800 km a bordo da ‘magrela’, começou por Porto Alegre. O ciclista saiu com seus equipamentos, alguns mantimentos e a sua bicicleta, e seguiu pelo litoral brasileiro até o Espírito Santo. Depois foi rumo a Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso até chegar à região Norte do Brasil. “Sou um entusiasta da bicicleta, e existem muitas bicicletas no Brasil, quero entender como as cidades se desenvolveram excluindo a bicicleta como meio de transporte. A bicicleta, como meio de lazer, tem espaço. Mas quem quer se locomover com ela, passa por dificuldades” relatou.
A ideia surgiu após o ciclista ter conhecimento de um documentário que contava a história da bicicleta na África. “Toda a cidade é estruturada para um veículo, mas a bicicleta sobrevive e o censo data mais de 70 milhões de bicicletas. E eu me perguntei: – Como elas se locomovem? Ela continua na ativa por estar na vida da pessoa, a bicicleta faz parte de algum momento da vida da pessoa, seja na infância, mexe com o sentimento da pessoa. Locomover-se com a bicicleta vai além de chegar a um lugar”, explica.
Durante sua pesquisa, o fotógrafo entra em contato com instituições ligadas a mobilidade em cada localidade. “Quando você adota a bicicleta, começa a aprender sobre o local em que vive, ruas que não conhece, caminhos que não existiam e pessoas que você encontra no meio do caminho, e daí que vem esse interesse. Essa viagem é para mostrar a bicicleta no contexto de locomoção das pessoas”, explicou.
Felipe possui uma página onde reporta informações sobre sua viagem e mobilidade. Ao todo, ele já entrevistou mais de 400 pessoas. “Cada um possui uma história. Desde quem usa a bicicleta para ir à padaria, até quem a utiliza para ir de uma comunidade a outra, pela estrada” disse. Para conhecer mais o projeto visite https://www.facebook.com/projetotransite.