O rapper Sean “Diddy” Combs enfrenta graves acusações de tráfico sexual, extorsão, sequestro e violência, após sua prisão em 16 de setembro. As denúncias, que remontam a 2008, incluem uso de substâncias para controle de vítimas e práticas sexuais forçadas.
Desde a prisão, Combs tem se declarado inocente, mas o juiz negou sua liberdade condicional devido ao risco de fuga. Até o momento, o julgamento não tem data marcada, e as alegações seguem repercutindo. Saiba mais:
Acusações
As acusações afirmam que Combs teria manipulado assistentes e testemunhas para silenciar sobre seus atos e utilizado sua fortuna e influência para coordenar atividades sexuais coercitivas, conhecidas como “freak-offs”. Segundo a acusação, nesses eventos, o rapper forçava vítimas a participar de maratonas sexuais regadas a drogas, causando exaustão e, em alguns casos, lesões graves. Mais de 50 testemunhas já foram ouvidas, e o número de vítimas pode crescer conforme a investigação avança.
Em uma coletiva de imprensa, o promotor Damian Williams detalhou como Combs comandava uma organização criminosa, na qual utilizava sua equipe de negócios, seguranças e assistentes para coordenar os encontros sexuais.
“Combs não fez isso tudo sozinho”, disse Williams. Ele acrescentou que o rapper usava vídeos das interações para chantagear e silenciar as vítimas. O caso envolve um processo criminal de 14 páginas, que inclui crimes de extorsão e obstrução de justiça.
Cassie
Uma das principais alegações de violência está ligada à cantora Cassie, ex-namorada de Combs. Vídeos de agressões sofridas por ela circulam na internet, incluindo um incidente de 2016 em um hotel em Los Angeles. Imagens de segurança mostram Combs agredindo Cassie, jogando um vaso e arrastando-a pelo corredor. O promotor Emily A. Johnson afirmou que essa violência ocorreu após Cassie tentar deixar o local de um “freak-off”. Combs teria tentado encobrir as provas, oferecendo suborno a um segurança do hotel.
Cassie apresentou um processo civil em 2023, alegando que Combs a forçou a participar de atividades sexuais coercitivas. Embora o processo tenha sido resolvido rapidamente, desencadeou outras ações judiciais contra Combs por parte de mulheres que relatam experiências semelhantes. Algumas delas acusam o rapper de usar drogas e álcool para facilitar os abusos durante festas organizadas por ele.
O que diz a defesa?
A defesa de Combs, liderada pelo advogado Marc Agnifilo, nega as acusações e afirma que os “freak-offs” eram consensuais.
Ele argumentou que os encontros eram “relacionamentos íntimos entre parceiros” e que os envolvidos, incluindo homens descritos como trabalhadores sexuais, não se viam como vítimas.
“Será que todo mundo tem experiência com intimidade dessa forma? Não. Isso é tráfico sexual? Não, não se todo mundo quer estar lá”, disse Agnifilo em uma audiência. Segundo ele, entrevistas com participantes dos encontros confirmam que os atos eram consensuais.
Apesar das alegações da defesa, os promotores insistem que há evidências substanciais, como vídeos, fotos e mensagens de texto, que indicam que Combs usava violência e coerção para realizar os atos sexuais. Em uma audiência de fiança, promotores citaram uma mulher que disse ter sido ameaçada com gravações de sexo feitas por Combs, nas quais ela estava “fortemente drogada”.
Os advogados de Combs também argumentam que o vídeo do ataque a Cassie em 2016 não comprova coerção, mas sim uma briga provocada por ciúmes. Eles alegam que Cassie o agrediu antes de sair do quarto, o que motivou a reação de Combs. O juiz Andrew L. Carter Jr., no entanto, citou preocupações sobre obstrução de justiça e manipulação de testemunhas como justificativa para negar a fiança ao rapper.
A investigação ainda está em andamento, e o promotor Damian Williams sugeriu que alguns funcionários de Combs podem estar cooperando com as autoridades. “Será interessante ver se alguém, agora que isso começou, aparecerá para se declarar culpado”, comentou o ex-promotor federal Anthony Capozzolo.
E o que a Beyoncé tem a ver?
Diddy e Beyoncé nunca colaboraram profissionalmente. Embora amigos desde os anos 90, tendo comparecido aos mesmos eventos e conhecendo pessoas em comum, o que é comum no meio artístico de Hollywood, o desdobramento das investigações sobre caso de Diddy tem alimentado teorias da conspiração que envolvem a cantora e seu marido Jay-Z,.
Oficialmente, não há nada concreto que ligue o casal ao caso, mas isso não descarta a possibilidade de algo ter ocorrido. Pessoas que têm amizade com Diddy ou que participaram de suas festas podem ser convocadas a depor contra ele, caso o processo vá a julgamento.
O casal tem evitado aparições públicas, o que, segundo fontes, seria uma tentativa de proteger suas imagens em meio à controvérsia.
Combs pode enfrentar prisão perpétua se as acusações forem confirmadas. O caso segue sem uma data definida para julgamento, e as investigações continuam.
Rihanna traficada por Jay-Z e Diddy
A cantora e atualmente empresária de beleza e lingerie, Rihanna, também foi citada em rumores envolvendo possíveis esquemas de tráfico na indústria musical. Aos 16 anos, ainda morando em Barbados, a cantora teria sido levada até Los Angeles para assinar um contrato com Jay-Z, um dos melhores amigos de Sean Combs. A cantora teria permanecido no escritório do rapper até 4h da manhã, sozinha, sem a presença dos pais, apenas acompanhada de seu representante.
Rumores apontam que a jovem cantora teria sido recrutada por um “caça-talentos” em Barbados e levada de avião para os Estados Unidos na mesma noite.
Na entrevista acima, Jay-Z chegou a admitir que não deixaria Rihanna sair de seu escritório sem um contrato assinado. Contudo, segundo especulações, a pressão para que a cantora assinasse o contrato incluía uma ameaça: ou ela saía pela porta da frente como uma nova contratada, ou sairia “pela janela”.
Essas informações, no entanto, nunca foram confirmadas por fontes oficiais, e Rihanna não comentou publicamente sobre os rumores que circulam a seu respeito.
Justin Bieber também teria sido vítima de Diddy
Com toda a confusão, a teoria envolvendo o cantor Justin Bieber voltou a circular nas redes sociais. Segundo as especulações, Bieber teria sido vítima de abuso infantil por parte de figuras influentes da indústria do entretenimento, incluindo Diddy, o empresário musical L.A. Reid e John Podesta, político envolvido no escândalo do Pizzagate. A teoria ganhou força após o lançamento do clipe de Yummy em 2020, que, segundo os fãs, estaria repleto de mensagens subliminares sobre abusos na indústria.
No clipe, Bieber aparece em um restaurante rodeado de adultos, enquanto crianças tocam instrumentos musicais de forma triste. Em uma das cenas, ele se senta com um homem que internautas apontam como John Podesta, e em outra, uma foto de Bieber quando criança aparece em um prato com a palavra “yummy” escrita, termo que pode ser traduzido como “delícia” em português. Os fãs acreditam que o vídeo sugere simbolismos relacionados à exploração infantil.
Além disso, em um testemunho na igreja, Justin mencionou a história de um menino abusado na indústria do entretenimento, o que muitos interpretaram como uma referência à sua própria experiência. Na época, Bieber era apadrinhado por Diddy, que tinha uma relação profissional muito próxima com L.A. Reid, empresário do cantor.
Outro ponto que alimenta os rumores é um vídeo antigo que viralizou recentemente, onde Diddy oferece presentes caros a Justin, como um carro de luxo e uma casa, além de sugerir “sair para pegar garotas”. No final da gravação, Diddy afirma “o resto é segredo nosso”, o que gerou uma enxurrada de especulações online sobre o significado oculto da frase, levando muitos a acreditarem que poderia estar relacionado a um suposto abuso.
A teoria também menciona Kim Porter, ex-mulher de Diddy, que teria sido responsável pela edição de fitas adultas supostamente envolvendo Bieber, vendidas na deep web. Kim foi casada com Diddy por muitos anos, e apesar de sua separação em 2006, eles mantiveram uma relação próxima até sua morte em 2018, causada por pneumonia.
Por fim, Mariah Carey, Michael Jackson e Aaliyah
Mariah Carey também viu seu nome envolvido em teorias ligadas a Sean Combs (Diddy) e Tommy Motola, com quem foi casada nos anos 90.
Durante o relacionamento, que durou de 1993 a 1998, Motola, um dos magnatas da indústria fonográfica, foi acusado de ser abusivo com a cantora. Fãs começaram a especular sobre a relação abusiva quando Michael Jackson, publicamente, chamou Motola de “demônio” durante um de seus shows, acusando-o de perseguir Mariah após o fim do casamento.
Michael também relatou que seu álbum Invincible foi boicotado pela gravadora, o que reforçou os rumores sobre a influência de Motola na indústria.
Após a separação, Mariah teve dificuldades em emplacar hits e sua carreira só voltou a ganhar força em 2005, com a música It’s Like That. No entanto, mesmo essa canção não alcançou o topo das paradas, levantando especulações de que Tommy Motola e Diddy, que eram amigos próximos, estariam por trás de um possível boicote.
Essas suspeitas foram reforçadas com o lançamento da música She Knows, de J. Cole, em 2013, cujos fãs acreditam conter indiretas sobre o papel de Motola e Diddy em controlar o sucesso de artistas na indústria.
A letra menciona supostos envolvimentos na morte de Michael Jackson e da cantora Aaliyah, que faleceu em um acidente de avião em 2001.
O trecho “Rest in peace to Aaliyah, Michael Jackson, I’ll see ya” aumentou ainda mais as especulações, sugerindo que ambos estariam entre os nomes que sofreram as consequências das influências de poderosos no cenário musical.
Rest in peace to Aaliyah [Descanse em paz, Aaliyah]
Trecho da letra de ‘She Knows’, de J. Cole
Rest in peace to Left Eye [Descanse em paz, Left Eye]
Michael Jackson, I’ll see ya [Michael Jackson, eu vou te ver]
Just as soon as I die (I die) [Assim que eu morrer (eu morrer)]
Bad things happen to the people [Coisas ruins acontecem com as pessoas]
Got me up so high, trying to get a piece of that apple pie [Me levantei tão chapado, tentando pegar um pedaço daquela torta de maçã]
I be up so high, trying to get a piece of that apple pie [Eu estou tão chapado, tentando pegar um pedaço daquela torta de maçã]