Eliakin Rufino, Zeca Preto e Neuber Uchoa subiram no palco do Centro Amazônico de Fronteiras da Universidade Federal de Roraima na última quinta-feira (06) para um show histórico, uma homenagem aos trinta anos do movimento Roraimeira, que com a proposta de ressaltar a importância que a música regional tem, demonstraram no palco, um pouco da cultura dos roraimenses e daqueles que escolheram aqui para morar.
Desde o palco, o cenário e os artistas realçavam os elementos culturais que compunham o movimento, com a casa cheia, cerca de mil pessoas faziam coro ao acompanhar os músicos, obras regionais como “Tudo índio”, “Cidade do campo”, “Roraimeira”, “Sal e pimenta”, “Capivara”,” Neto do nordeste”, “Casinha de abelha”, “Cruviana” fizeram parte do repertório de um show que durou uma hora e meia.
Para Neuber Uchôa, as músicas contribuem de forma significativa para a formação da identidade de um povo, pois os elementos inseridos no cotidiano dessas localidades estão expressos nas letras dessas músicas. “É a fusão de distintos ritmos e instrumentos. O amazônico, o latino, um pouco de salsa, merengue e a forte influência indígena” completou.
Durante uma música ou outra, Eliakin Rufino recitava poesias, sempre bem aplaudido pelo público. “Muitas músicas do movimento são poesias musicadas, criadas para homenagear os símbolos roraimenses, muita gente acha que Roraima começou quando as pioneiros começaram a chegar aqui, mas a nossa cultura é de muito antes, é do Caribe, é da Pedra Pintada e isso que o Roraimeira quer referenciar” relatou.
Zeca Preto é o autor da música “Roraimeira” que deu nome ao movimento. Ela foi escrita para participar de um Festival de música no aniversário de Boa Vista em Julho de 1984. “Naquela época não imaginava que a música iria se tornar um hino informal, queríamos cantar as nossas raízes, e depois de um tempo percebemos o quão grandioso o movimento se tornou, influenciando artistas até hoje” completou.
Os músicos intercalavam suas apresentações, mas cantaram juntos “Roraimeira Makunainando” que encerrou o show e fez o público levantar e aplaudir de pé o trio. O evento foi organizado pelo Selo Ajuri Cultural. Segundo o diretor executivo da Fundação Ajuri, Rafael Oliveira a apresentação trouxe uma concepção estética na decoração do palco. “Não estamos celebrando apenas os 30 anos do Roraimeira, mas, sobretudo, comemorando o surgimento de um movimento cultural que vem inspirando e provocando gerações até os dias de hoje ” Ressaltou Rafael.
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Show aborda Identidade cultural e poesia musicada
Show homenageia os trinta anos do movimento Roraimeira