maior e mais movimentado arraial de Boa Vista será aberto hoje, a partir das 18 horas. O 26° Arraial do Anauá neste ano vem com o tema “Do Caburaí ao Chuí: o melhor arraial do Brasil é aqui” e propõe um passeio pelo País, com representações simbólicas de alguns estados, além de homenagear sete personalidades da cultura roraimense. A festa termina no dia 2 de julho.
Segundo a secretária de Cultura, Selma Mulinari, o tema busca trabalhar também a questão educacional dos pontos extremos do País. “Desde 2002, os livros de Geografia trazem a justa correção de um erro. Várias pessoas foram à mobilização para que o Monte Caburaí, localizado na tríplice fronteira Brasil/Guiana/Venezuela fosse reconhecido como o verdadeiro Extremo Norte do Brasil. E nosso tema visa reforçar isso”, reforçou.
Dividido em três, o monte possui uma parte no Brasil, outra na Guiana e a terceira na Venezuela. O lado brasileiro fica localizado no município roraimense de Uiramutã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Ainda conforme Selma as representações da cultura brasileira estarão em vários pontos do Arraial, podendo ser vista na decoração ou nas pinturas das barracas.
“Temos um ponto com o Boi Garantido e Caprichoso representando o Amazonas. Em outro o boi bumbá do Maranhão. A barraca da Rede Cidadania traz a cultura Cearense. A fazendinha traz os pampas gaúchos. A pintura das barracas homenageia o Pelourinho na Bahia e o forródromo traz representações do ritmo pernambucano, frevo”, adiantou Selma.
Os tradicionais bonecos de Olinda vêm com o rosto de alguns nomes da cultura roraimense, entre eles Celestino da Luz, precursor do teatro em Boa Vista, Nenê Macaggi, jornalista e escritora, Jaber Xaud, ícone da comunicação roraimenese, Laucides Oliveira, pioneiro do jornalismo no Estado, que atuou em quase todas as áreas da comunicação, passando pelo impresso, até a literatura.
Também serão homenageados na forma de boneco de Olinda: Raimundo Correa Soares, o Marrêta, músico talentoso, que se tornou muito requisitado nas festas que aconteciam na cidade, além do músico e compositor Simpatia, e a professora Dalva Honorato, pesquisadora do folclore e gastronomia roraimenses.
Selma destacou a importância de trabalhar a cultura brasileira nesses eventos e os ícones da cultura roraimense. “Todas as vezes que trazemos os trabalhos dos roraimenses que incentivaram à cultura, revivemos tudo o que aquela pessoa contribuiu para nossa sociedade e para nossas tradições. É importante manter o foco voltado nisso, para que as informações não se percam. Quando divulgamos os trabalhos desses profissionais, incentivamos e damos acesso às próximas gerações para que conheçam nossa história”.
Além dos bonecos, cada um dos homenageados também terá uma música, contando a história de vida, que foram gravadas em ritmos como xote, forró baião, xaxado, frevo, carimbó e marchinha.
No evento não poderia faltar a capela e os tradicionais santos que fazem parte da cultura religiosa do Nordeste e que estrelam as festas juninas, os balões de festa junina, a sanfona, e o chapéu, que este ano vem representando o Sul do País, com o chapéu pralana.
Música tema destaca vários ritmos do Brasil
A música tema “Do Caburaí ao Chuí, o melhor arraial do Brasil é aqui”, foi gravada em vários ritmos e é de composição de Neto Andrade, em parceria com Selma Mullinari. A letra faz menção a vários costumes brasileiros, da gastronomia à música.
“Nós trouxemos todos os elementos de um verdadeiro arraial, homenageando todas as regiões do nosso País”, ressaltou Neto Andrade.
UM POUCO DA HISTÓRIA – Em 1984, Idalmir Cavalcante organizou o primeiro Festival Folclórico reunindo quadrilhas de vários bairros da cidade. A partir dali começaram a surgir várias quadrilhas e grupos folclóricos que se mantêm até hoje, como é o caso da Xamêgo Caipira, Zé Monteirão, Garranxê, Xamêgo na Roça, entre tantas outras.
No começo da década de 1990, começou a ser organizado os grandes arraiais que permanecem até hoje no calendário junino do Estado. O primeiro “Arraiá do Anauá”, do Governo do Estado, foi realizado em 1991. O nome é uma referência ao Parque Anauá, local onde acontece a festa que, a cada ano, recebe uma temática diferente. (N.M)