PATRIMÔNIO HISTÓRICO

MPF recomenda plano emergencial para conservar acervo do Museu Integrado de Roraima

Atualmente, acervo está no prédio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural

Museu Integrado de Roraima foi demolido em meio ao pacote de reformas do Parque Anauá
Museu Integrado de Roraima foi demolido em meio ao pacote de reformas do Parque Anauá (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o governo estadual e a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) implementem um plano emergencial para melhorar a gestão do acervo do Museu Integrado de Roraima (MIRR), demolido neste ano em meio ao pacote de reformas do Parque Anauá.

O órgão deu 20 dias para resposta sobre o acatamento ou não da recomendação para sanar diversas irregularidades relacionadas à preservação do acervo. O governador Antonio Denarium (Progressistas) e o secretário estadual Jaffé Oliveira podem até responder processos judiciais e ser responsabilizados por eventuais negligências. Procurado, o Governo disse que aguarda ser notificado para se manifestar dentro do prazo ao MPF.

O museu tem mais de 38 mil objetos, incluindo coleções de diferentes suportes museológicos, representando diferentes etnias e personagens da história local. Muitos itens são os únicos exemplares conhecidos de sítios arqueológicos que não puderam mais ser localizados.

Atualmente, o acervo está no prédio do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), próximo ao prédio demolido. A exceção é o herbário (coleção de plantas secas), que está na Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Atualmente, acervo do Museu Integrado de Roraima está no prédio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural
Acervo do museu está no prédio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Foto: Reprodução)

O órgão quer medidas específicas para conservação, pesquisa e divulgação do patrimônio histórico-cultural e científico de Roraima e também sugere:

  • Medidas de conservação preventiva e a utilização de materiais de preservação adequados;
  • Medidas de segurança física;
  • Catalogação e documentação adequadas;
  • Espaço físico adequado, específico e definitivo para abrigar o acervo, ou a desocupação das salas atualmente ocupadas por setores ligados à Secretaria Estadual de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) ou a disponibilização de outro local condizente com a preservação, pesquisa e extroversão do museu.

Ao expedir a recomendação, o MPF considerou que diversas salas do Iater não estão integralmente à disposição do museu, e que, diante da lentidão da Secult em promover e efetivar a transferência do acervo para o novo prédio do Parque Tecnológico, diversas salas do atual prédio foram ocupadas por departamentos alheios ao museu e ligados ao setor agropecuário.

Consta na recomendação que o museu possui apenas oito servidores e nunca contou com arqueólogos ou antropólogos próprios. Para o MPF, é importante a presença de pessoas capacitadas na preservação e estudo dos itens que compõem o acervo.