Há anos, os vinhos importados marcam presença na mesa e no paladar dos brasileiros. Sem dúvidas, estes vinhos ainda são muito consumidos no país, contudo, os vinhos nacionais têm ganhado cada vez mais espaço entre os demais. Sendo facilmente encontrados em adegas, supermercados e até mesmo lojas online, os vinhos brasileiros tiveram um crescimento nas vendas em 2020.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Sommelier (ABS), as vendas de vinhos nacionais aumentaram 39% nos quatro primeiros meses deste ano — período que coincide com o início da pandemia e quarentena no país. Este aumento somou 4,4 milhões de litros vendidos, ante 3,2 milhões de litros do primeiro quadrimestre do ano passado.
Este aumento na comercialização dos vinhos brasileiros é reflexo da valorização da população consumidora pela bebida local. Além disso, também é resultado do investimento e da qualidade na produção da bebida nas vinícolas do país.
A qualidade de uma bebida é o que a torna melhor do que outras. Segundo Eric Ferreira, fundador da Del Vino Wine Club, escola que promove cursos de vinho e organiza confrarias, explica que diversos fatores podem influenciar na qualidade do vinho. “A escolha da uva para a produção da bebida, determinação do solo ideal, as condições climáticas da região e o modo de fabricação são alguns dos quesitos que contribuem para um vinho ser melhor ou não”, destaca ele.
No caso dos vinhos, anualmente a Associação Brasileira de Enologia (ABE) realiza a Avaliação Nacional de Vinhos, um dos maiores eventos do vinho brasileiro, que avalia os vinhos produzidos no país. Neste ano, por conta da pandemia, o evento aconteceu em novembro, de forma online.
Sua 28ª edição classificou 2020 como a safra das safras e pôde destacar os 16 melhores vinhos brasileiros. O vinho Chardonnay, da Cooperativa Vinícola Aurora, entrou na categoria Vinho Base Espumante, juntamente com Riesling Itálico, Chardonnay e Pinot Noir da Chandon do Brasil, e o Pinot Noir da Casa Valduga.
Na categoria Branco Fino Seco Não Aromático, os classificados foram o Riesling da Cooperativa Vinícola Garibaldi, e o Chardonnay da Cooperativa Vinícola Aliança. Enquanto isso, na categoria Branco Fino Seco Aromático, o Sauvignon Blanc da Vinícola Família Lemos de Almeida ganhou destaque juntamente com o Moscato Giallo, da Vinhos Hortência.
O Cabernet Sauvignon, da Vinícola Almadén, foi classificado na categoria Vinho Rosé Fino Seco; já o Merlot, da Vinícola Salton, se classificou na categoria Vinho Tinto Fino Seco Jovem.
A última categoria foi Tinto Fino Seco e classificou vários vinhos, sendo eles: Tannat, da Casa Perini; Cabernet Franc, da Vinícola Don Guerino; Tannat, da Família Bebber; Merlot, da Pizzato Vinhas e Vinhos; Merlot, da Vinícola Cave de Pedra; Tannat, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, da Casa Venturini; e por último Touriga Nacional, Tempranillo, Petit Verdot, Merlot, Cabernet Sauvignon e Tannat, da Vinícola Miolo.