O setor cervejeiro em Roraima é pequeno e desafiador, conforme mostra o Anuário da Cerveja de 2023, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Isso porque, enquanto o setor registrou crescimento de 11,96% no Brasil, o estado se mantém com duas cervejarias desde 2018. Mas qual a dificuldade do setor em Roraima?
Uma cervejaria é um local ou empresa onde se fabrica, se vende ou se consome cerveja. Segundo o chef de Cozinha e consultor em cervejaria, Hélio Araújo, falta investimento na rede da estrutura rodoviária e aeroviária e incentivo fiscal.
“É bastante difícil conseguir produzir cerveja quando grande parte dos insumos necessários para a fabricação vêm de outros lugares do país ou do mundo. A demora no recebimento pode atrapalhar a linha de produção da fábrica e as vezes fazer perder a produção de um lote completo. […] E, os custos de frete ficam altíssimos. Se houvesse mais incentivo fiscal para esses produtores e empresários locais poderia ser uma área com maiores investimentos”, explica.
Porém é preciso analisar a demanda de mercado. Tanto Hélio, quanto o sócio proprietário da Haus Bier Roraima e Bar da Haus, Alfredo Prym, afirmam que não compensa produzir litros de chope ou cerveja se não há pessoas para beberem. Isso não significa que a população roraimense não consome a bebida alcóolica, mas, como as cervejas são artesanais – fermentam sem adição de químicos e tem uma validade menor – é preciso que a demanda atenda aos clientes fidelizados à cervejaria.
O chef de cozinha ainda acrescenta que o cuidado a saúde também incentiva um consumo consciente. “Percebe-se que parte da população atual se preocupa mais com a saúde e com a aparência, portanto o cuidado também se reflete na experiência de beber melhores cervejas e não necessariamente em grandes volumes”, aponta Hélio.
A produção e o desafio
Alfredo Prym e mais dois sócios empreendem no setor cervejeiro de Roraima há sete anos. Na cervejaria, que começou com diversas experimentações, existe uma fabricação entre dois a quatro mil litros de chopes e uma capacidade para produzir até 60 mil litros. No entanto, para o estado, foi preciso passar pelo desafio logístico, oferecer qualidade e algo que agradasse o paladar roraimense: um chope com sabor especial e bem gelado.
Em entrevista à FolhaBV, o sócio administrador explicou como realiza a fabricação dos chopes originais, a necessidade de diferencial no negócio e comentou o setor da cerveja no estado. Confira!