Superstições Modernas: como as crenças em azar e má sorte evoluíram no mundo atual

Um estudo revelou que a aviação registra cerca de 30% menos reservas em sextas-feiras 13

 Em regiões como Europa e América do Norte, gatos pretos ainda são vistos como símbolos de azar (Foto: Divulgação)
Em regiões como Europa e América do Norte, gatos pretos ainda são vistos como símbolos de azar (Foto: Divulgação)

Apesar dos avanços científicos e do progresso tecnológico, as superstições continuam a desempenhar um papel significativo na vida de muitas pessoas ao redor do mundo. De evitar espelhos quebrados a cruzar os dedos para atrair sorte, crenças associadas ao azar e à má sorte resistem ao tempo, evoluindo para se adaptar às realidades do século XXI.


Superstições: Tradições que persistem
Historicamente, superstições estão enraizadas em tradições culturais, religiosas e até mesmo em experiências pessoais. Em muitos países, essas crenças moldam comportamentos:


Número 13: Em grande parte do Ocidente, o número 13 é associado à má sorte. Prédios comerciais frequentemente pulam o 13º andar em sua numeração, e pesquisas mostram que 10% dos americanos evitam viajar ou realizar negócios na sexta-feira 13.


Gatos pretos: Em regiões como Europa e América do Norte, gatos pretos ainda são vistos como símbolos de azar, especialmente quando cruzam o caminho de alguém, um mito que remonta à Idade Média.


China e o número 4: O número 4, que soa como a palavra “morte” em mandarim, é amplamente evitado em edifícios e placas de carros. Estudos apontam que imóveis em andares com o número 4 são significativamente menos valorizados.


Superstições na Era Digital
Na era moderna, algumas superstições tradicionais se adaptaram ao contexto digital:
Encaminhamento de mensagens: Correntes digitais pedindo que mensagens sejam encaminhadas para evitar má sorte são comuns em aplicativos de mensagens e redes sociais.
Datas específicas

No Brasil, usuários de loterias frequentemente escolhem números “da sorte” baseados em datas de aniversário ou crenças pessoais, perpetuando padrões supersticiosos.
Gaming e azar: No mundo dos videogames e apostas online, jogadores criam rituais supersticiosos, como usar sempre o mesmo avatar ou jogar em determinados horários.


Impacto Cultural
As superstições não são apenas crenças, mas também têm impacto no comportamento de consumo e até na economia:
Viagens e negócios: Um estudo da Universidade de Bristol, no Reino Unido, revelou que a aviação registra cerca de 30% menos reservas em sextas-feiras 13.
Produtos esotéricos: O mercado global de produtos e serviços relacionados à sorte, como amuletos e consultas espirituais, movimenta bilhões de dólares anualmente.
Cinema: Filmes de terror frequentemente exploram superstições, como a franquia Sexta-feira 13, que gerou mais de US$ 465 milhões nas bilheterias mundiais.


Por que as superstições persistem?

Especialistas sugerem que superstições oferecem conforto psicológico. Estudos da Universidade de Colônia, na Alemanha, mostram que rituais supersticiosos ajudam a reduzir o estresse em situações de incerteza. Além disso, a influência cultural e a socialização desempenham papéis cruciais: crianças aprendem superstições dos pais e mantêm essas crenças ao longo da vida.


Superstições em declínio?
Embora muitas superstições permaneçam fortes, há sinais de declínio em alguns contextos:
Educação e ciência: A disseminação de informações científicas tem ajudado a desmistificar certos mitos, especialmente entre as gerações mais jovens.
Globalização: A mistura cultural global está transformando superstições regionais, eliminando algumas crenças e adaptando outras.