Casal da Argentina denuncia venda de ingressos para visitação ao Mirante

Há cinco meses, o casal Anete Clericci e Nello Clericci tenta conseguir ingressos para visitar o Mirante Edileusa Lóz, localizado no Parque do Rio Branco, em Boa Vista. Sem êxito na visita, o casal denunciou a venda ilegal de ingressos, a qual foi constatada por eles junto à uma família que comprou as vagas. 

Segundo relatos do casal, que mora em Buenos Aires, na Argentina, ao se programarem para as férias em Roraima, já iniciaram a busca por vagas para visitar o ponto turístico. Eles tentaram pelo site disponibilizado pela Prefeitura de Boa Vista, mas não conseguiram. 

“Em todas as datas apareciam o termo “esgotado”. Vale registrar que a Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec), supostamente, começa à disponibilizar os ingressos, que deveriam ser gratuitos conforme diz no site, dias antes, deixando sem opção as datas mais longas”, citou a denúncia. 

O homem contou que a alegação dos funcionários é que “cambistas estariam acessando o aplicativo e utilizando para a venda. Diante disso, eu questionei  o motivo de não exigirem que o CPF [Cadastro de Pessoa Física] fosse apresentado no momento da entrada, mas fiquei sem resposta”, ressaltou. 

Sem conseguir visitar o mirante, o casal saiu e encontrou uma família de turistas. Ao questionar como tinham conseguido, uma das filhas disse que “compraram o ingresso”, mas logo foi corrigida pelo pai “comprado não, adquirido no site”. “Portanto, há fortes indícios que tem gente da própria Fetec se beneficiando com a venda ilegal de ingressos”, denunciou.

Reincidência

Esta não é a primeira vez que a comercialização irregular de ingressos é denunciada pela FolhaBV. Em outubro do ano passado, imagens de um grupo em uma rede social mostram que pessoas fazem o check-in pelo site da Prefeitura, na aba Parque do Rio Branco, e depois anunciam a venda do ingresso a terceiros por valores que chegam a R$ 50 por pessoa. 

Conforme a denúncia, todo o processo é acompanhado por servidores municipais, que facilitam a transação. “Tudo isso com apoio dos funcionários da Prefeitura de Boa Vista, que sabem da venda ilegal e aceitam o check-in feito em um nome e na entrada se apresenta outra pessoa”, citou. 

Cartão Postal

O Mirante Edileusa Lóz é a maior obra turística de Roraima e integra o novo cartão postal de Boa Vista, o Parque do Rio Branco. O complexo turístico dispõe de uma experiência incrível e apaixonante, sendo uma delas a possibilidade de contemplar do alto a arquitetura da cidade e outros atrativos turísticos, em especial a natureza.

Ele tem 120 metros e é o ponto de observação mais alto de Boa Vista e da região Norte. A parte superior do mirante tem 250m² e fica a 93 metros de altura. O observatório possui piso de vidro, vista panorâmica e 2 elevadores, sendo 1 social e 1 panorâmico onde durante a subida pode-se contemplar as belezas naturais.

Outro lado

A Prefeitura de Boa Vista se pronunciou por meio de nota.

Leia na íntegra:

A Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec) informa que atualmente as visitações ao Mirante Edileusa Lóz são gratuitas e agendadas exclusivamente por meio do site www.outgo.com.br/miranteloz. Os ingressos são pessoais e intransferíveis, e a gestão não autoriza a comercialização desses ingressos. 

Entre as ações da Fetec para coibir essa prática ilegal de venda, está a cobrança de documento oficial com foto, na entrada do mirante, para validar o ingresso. A população pode ajudar denunciando esses atos por meio da Central 156, dessa forma, ajuda a gestão municipal a apurar o caso e tomar as devidas providências.

A Fetec esclarece ainda que, por ser um serviço gratuito, as visitações ao Mirante Edileusa Lóz são muito solicitadas pela população, o que acarreta na espera para conseguir uma vaga. As visitas ocorrem de quarta a domingo (inclusive feriados), de 8h30 às 21h30. São 12 horários de visitas por dia, com 20 pessoas por horário, de acordo com o permitido pelo Corpo de Bombeiros. O mirante recebe 440 pessoas por dia e aproximadamente 11 mil pessoas por mês.