Policiais federais e o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Junior Hekurari Yanomami, embarcaram na manhã desta quarta-feira (27) em um avião rumo à comunidade Aracaçá, na Terra Indígena Yanomami, onde uma menina Yanomami de 12 anos foi morta e estuprada por garimpeiros.
A Folha apurou que a corporação foi à região para realizar um procedimento de perinecroscópico, um exame realizado no local do crime, que consiste na análise exterior e interior do corpo.
Os agentes vão tentar resgatar o corpo da garota e colher provas para apurar o crime ocorrido na comunidade situada na região de Waikás, uma das mais atingidas pela invasão de mineradores ilegais no território Yanomami.
O crime foi divulgado por Hekurari, que afirmou que, além da morte da menina, uma criança Yanomami, de três anos, desapareceu após cair no rio Uraricoera, quando a comunidade era atacada pelos garimpeiros.
Com a ajuda de policiais, indígenas planejavam ir à região na terça-feira (26) para buscar o corpo da vítima e encaminhá-lo para autópsia no Instituto Médico Legal (IML), em Boa Vista, mas o mau tempo registrado impediu a saída do voo que levaria o corpo da menina da Terra Indígena para Boa Vista.
Na manhã de terça-feira, Hekurari, por meio do Condisi-YY, enviou um ofício relatando a situação ao Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ambos de responsabilidade do Ministério da Saúde, além de PF, Ministério Público Federal (MPF). No documento, a associação pede a apuração do caso.
Em nota, o MPF informou que “busca junto às instituições competentes a apuração do caso e acredita que situações como essa são consequência cada vez mais frequente do garimpo ilegal em terras indígenas em Roraima”.
O Ministério da Saúde informou que a Sesai é responsável pela assistência à saúde dos povos indígenas e que fatos e denúncias de ocorrência de crimes, que chegam ao conhecimento da Secretaria, são encaminhados diretamente aos órgãos competentes para investigação.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) disse que acompanha o caso por meio da unidade descentralizada na região, em articulação com as forças de segurança, e está à disposição para colaborar com os trabalhos de proteção à comunidade.
*Com informações do jornal O Tempo