O ex-vereador de Bonfim, Nando Macedo, diz ser ameaçado indiretamente desde 2018, quando denunciou o prefeito municipal Joner Chagas (Republicanos) por liderar um esquema de desvio de dinheiro público do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
Segundo o termo de declaração registrado no 3º Distrito Policial pelo ex-vereador, o último episódio teria acontecido no último dia 11, em uma padaria no bairro Liberdade, em Boa Vista. Ele anexou um vídeo à denuncia.
A reportagem da Folha teve acesso ao material sem áudio, que não mostra nenhuma interação do irmão do prefeito com o ex-vereador. O video e o termo foram entregues por Nando Macedo ao Ministério Público de Roraima (MPRR), segundo o ex-vereador.
Segundo o vídeo, Gefster Chagas fica na fila para o pagamento, paga a conta e deixa o estabelecimento sem falar com o ex-vereador, que fica distante em outra ponta do recinto. O irmão do prefeito divulgou nota em que nega as alegações do ex-vereador (leia a íntegra ao final da reportagem).
Em 2019, Nando Macedo foi cassado após ser acusado de estelionato. O ex-vereador recorreu à Justiça para restabelecer os seus direitos políticos.
O que diz o irmão do prefeito
Gefster Chagas disse que a denúncia é “mentirosa” e que o próprio vídeo não prova qualquer ilegalidade. Leia a nota completa:
“A minha família é vítima de uma campanha caluniosa organizada pelo ex-vereador de Bonfim, Nando Macedo.
Essa é mais uma denúncia mentirosa, prestada por uma pessoa movida pelo desejo de vingança. E que agora, com a proximidade do pleito eleitoral, ganhou contorno político.
O tal vídeo, exibido como “prova” pelo ex-vereador, não aponta qualquer ilegalidade, tampouco crime de ameaça.
Eu, Gefster Chagas, que apareço nas imagens, moro no bairro Liberdade. Essa padaria fica próxima a minha casa.
No vídeo, não há sequer diálogo entre mim e ele. Ao contrário, mostra que estou numa fila da padaria, comprando pão. Qual é o crime nisso?
Vou processar o ex-vereador, que teve o mandato cassado por suspeita de enganar idosos junto ao INSS, por crime de denunciação caluniosa. É inegável o dano à imagem de nossa família, causado por denúncias inverídicas.”