Polícia

Grupo que movimentou R$ 156 milhões em 2 anos é alvo de operação da PF

Polícia confirmou que empresa investigada busca atrair, em especial, servidores públicos e aposentados. Sócios e representantes apresentaram evolução patrimonial meteórica, enquanto ostentavam um alto padrão de vida em redes sociais

A Polícia Federal iniciou nesta sexta-feira (14) a Operação Fair Play para reprimir crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, contra a economia popular, lavagem de dinheiro e organização criminosa, apurados entre 2021 e 2022 e que ainda persistem – e cujas penas máximas somadas ultrapassam 30 anos de prisão. A ação cumpre sete mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão em Manaus, Boa Vista, Belém e Natal.

O alvo é o grupo Lotus Corporate, que em Boa Vista foi acusado de aplicar golpe do empréstimo em servidores públicos, conforme revelou a Folha. Nesta sexta, a antiga sede da empresa, inclusive, está com placa de “aluga-se”.


Antiga sede do prédio da Lotus Business BV (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Em Manaus, a empresa foi alvo de mais de 200 boletins de ocorrência. A reportagem não conseguiu contato com a PF do Amazonas para saber quantas ordens judiciais são cumpridas em cada capital.

A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, como o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em sua posse. Cinquenta e cinco policiais federais trabalham na operação.


Materiais apreendidos durante a operação (Foto: Divulgação)

Após a instauração de inquérito policial, a PF confirmou que a empresa investigada busca atrair, em especial, servidores públicos e aposentados. Ao longo das investigações, foi possível constatar que a empresa compunha grupo empresarial que atuaria nos mais diversos segmentos comerciais, que envolviam desde a promoção de eventos para divulgar suas atividades (shows com atrações nacionais em Manaus, campeonatos de pescaria e patrocínio de equipe de e-sports) até a compra e venda de automóveis.


Cinquenta e cinco policiais federais cumprem mandados de prisão e busca e apreensão (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal apurou que, em um período de dois anos, o grupo empresarial investigado movimentou, aproximadamente, R$ 156 milhões. Os sócios e representantes, por sua vez, apresentaram evolução patrimonial meteórica, enquanto ostentavam um alto padrão de vida em redes sociais, residindo em condomínios de luxo, realizando viagens nacionais e internacionais e adquirindo veículos e embarcações também de luxo.

O nome da operação é uma alusão à conduta ética exigida na prática de esportes, que preza pela atuação em conformidade com as regras estabelecidas. Da mesma forma, essa operação visa revelar a atuação irregular de grupo empresarial no ramo de investimentos financeiros, fornecendo aos órgãos de controle e regulação subsídios para repressão administrativa, cível e penal.