Em meio à repercussão da crise sanitária na Terra Yanomami em Roraima, o ex-presidente Fernando Collor de Mello relembrou, em suas redes sociais, da demarcação do território indígena decretada em seu governo, no dia 25 de maio de 1992.
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A medida foi tomada no ano da conferência Eco-92 e em meio a uma campanha internacional pela demarcação que já durava 15 anos. O decreto foi publicado sete meses antes do político renunciar ao cargo em meio ao processo de impeachment.
“Em nosso governo, implantamos uma permanente agenda em defesa dos povos originários e de repressão aos garimpos ilegais. A saúde dos indígenas também era prioridade, ao manter os invasores fora dos limites da área. O governo atuava de forma proativa, garantindo uma rede de proteção com a onipresença do Estado”, escreveu.
Na postagem, Collor e sua comitiva aparecem na região dos Surucucu. A foto mostra o então presidente, vestido de fardamento militar, com um indígena yanomami. Segundo dados do governo federal, nos últimos quatro anos, estima-se que 570 crianças Yanomami morreram por razões evitáveis. Em 2022, foram 11.530 casos de malária no DSEI Yanomami.
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Collor pós-impeachment
No mesmo mês da demarcação, o irmão de Fernando Collor, Pedro Collor de Mello, acusou o tesoureiro da campanha eleitoral presidencial, Paulo César Farias, de articular um esquema de corrupção e tráfico de influência, loteamento de cargos públicos e propina dentro do governo, que beneficiaria integrantes do alto escalão e o próprio presidente.
Isso desencadeou no processo de impeachment amplamente aprovado pela Câmara dos Deputados e resultou na renúncia de Collor em 29 de dezembro de 1992, antes do Senado votar o pedido de impedimento. Em 2014, o ex-presidente foi absolvido das acusações por falta de provas.
Após o impeachment, Collor seria eleito senador por Alagoas por dois mandatos consecutivos (2007-2023). Nas eleições de 2022, o ex-presidente tentou colar na imagem do então presidente Jair Bolsonaro (PL) – acusado de ser responsável pela atual crise sanitária yanomami – na corrida ao governo do Estado, para o qual concorreu pelo PTB. No entanto, ele ficou em terceiro lugar com 14,71% dos votos válidos.
*Por Lucas Luckezie