Em um levantamento realizado pela FolhaBV, cerca de 183,8 toneladas de cassiterita foram apreendidas em Roraima, no período de junho de 2022 a fevereiro de 2023. O mineral é advindo de garimpagem ilegal em Terra Indígena (TI) Yanomami e foi apreendido após as operações de combate ao garimpo e à crise humanitária enfrentada pelos indígenas. No entanto, outras quantidades também foram localizadas em Boa Vista e nos municípios de Roraima.
A cassiterita virou uma das principais buscas de garimpeiros porque é achada em maior quantidade do que o ouro. Apelidada de “ouro negro”, o mineral é a principal fonte de estanho, metal aplicado em revestimentos de latas e em soldas eletrônicas. Uma tonelada de estanho é vendida por cerca US$ 27 mil no mercado internacional, equivalente à R$ 139 mil.
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Na última semana, 27,2 toneladas de cassiterita foram apreendidas em garimpo ilegal na TI Yanomami. A apreensão fez parte da Operação Libertação, que resultou na inutilização de diversos materiais da garimpagem ilegal no local, entre eles, 40 balsas, uma embarcação, quatro aeronaves, 11,2 toneladas de cassiterita, um garimpo do minério e uma base de suporte logístico, além de barracas, veículo e um trator esteira.
A ação integrada pela Polícia Federal (PF), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis), Exército Brasileiro, Força Nacional e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) também apreendeu 16 toneladas de cassiterita, quatro embarcações, sete mil litros de combustível, 500 quilos de alimentos e equipamentos como maquinário para extrair minérios, geradores de energia, motoserra e motores, armas, equipamentos de comunicação e celulares.
Na última quinta (16), outras 4,4 toneladas do minério foram apreendidas com três homens em um depósito no bairro Cinturão Verde. A Operação Omawe foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o IBAMA. Na casa, os envolvidos trabalhavam no processamento e armazenagem do minério oriundo do garimpo ilegal em áreas indígenas. O minério está avaliado em aproximadamente R$ 370 mil, além de maquinário de mineração, motor de popa, motosserra, um barco, balança e outros materiais.
No dia 11 de fevereiro, mais de 15 milhões de reais em ouro e cassiterita foram apreendidos durante outra operação da PF realizada em Boa Vista. Não houve a divulgação da quantidade de minério. Armas e maquinários também foram apreendidos na ação. O material pertencia a uma indústria ilegal de processamento de minérios que funcionava em áreas de depósitos na região urbana da capital.
Em janeiro, um carregamento com 30 toneladas de minério análogo à cassiterita, avaliado em quase R$3 milhões, foi apreendido pela PRF na madrugada do dia 27, na BR-174, em Boa Vista. De acordo com a PRF, uma equipe efetuava fiscalização de trânsito na Unidade Operacional – Água Boa, quando um caminhão acoplado com dois semirreboques foi abordado. Cinco dias antes, a PRF já havia apreendido outras cinco toneladas.
No dia 14 do mesmo mês, uma tonelada de cassiterita foi apreendida também pela PRF. A apreensão ocorreu durante policiamento no km 11 da BR 174.
Em novembro de 2022, dois homens foram presos com mais de uma tonelada de cassiterita no bairro Sílvio Leite, zona Oeste de Boa Vista. De acordo com a Polícia Militar de Roraima (PMRR), uma equipe do Grupamento Independente de Intervenção Rápida e Ostensiva (Giro) realizava patrulhamento pela avenida Ataíde Teive quando viram um carro suspeito.
Já em outubro, dia 21, durante uma fiscalização no km 11 da BR-174, a PRF apreendeu mais de 800 kg de cassiterita em Boa Vista. Em julho do mesmo ano, mais de 50 toneladas de cassiterita foram apreendidas em um galinheiro de uma propriedade rural, no município de Caracaraí.
Por fim, em junho, 65 toneladas do mineral foram apreendidas em dois dias. No dia 17, a Polícia Militar (PMRR) apreendeu cerca de cinco toneladas de cassiterita durante abordagem no município de Mucajaí.
No dia 24, 60 toneladas de cassiterita, que vinha sentido Manaus/Boa Vista, foram apreendidas no Posto de Fiscalização de Jundiá. A apreensão foi efetuada pela PF, após ser acionada pela Receita Estadual, de que carretas estariam transportando minério com documentação fraudada.