Único integrante da bancada federal de Roraima na comitiva de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Portugal, o deputado Gabriel Mota (Republicanos) disse ter cobrado do presidente e sua equipe de ministros as soluções para que o Estado possa enfrentar a onda migratória venezuelana, que tem pressionado as unidades de saúde municipais e estaduais desde a década passada.
Com Lula, Mota disse ter aproveitado a oportunidade para cobrar que a União repasse ao Estado de Roraima e à Prefeitura de Boa Vista os montantes que os entes, sozinhos, investiram com a migração, embora o tema fosse de responsabilidade do Poder Público federal. “Até hoje, nem o Governo atual, nem o passado, passou um centavo da contrapartida da quantidade de venezuelanos que estão entrando em Roraima todos os dias”, lembrou.
O deputado, que foi designado para a viagem como representante da Câmara dos Deputados do Brasil, também disse ter conversado com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e revelou que ela prometeu marcar uma audiência com ele para tratar da realidade do Estado. “Roraima não pode pagar essa conta só e não tem condições de receber um País sozinho”, disse.
BR-174
Gabriel Mota também disse tratado sobre as atuais condições precárias da rodovia federal BR-174, de Norte a Sul. “As nossas BRs estão há muitos anos sem investimentos. A 174, que liga o Estado ao restante do Brasil, está intrafegável. Por lá, passam 200 carretas por dia, levando alimentos para a Venezuela”, disse.
Linhão de Tucuruí
As obras das linhas de transmissão que prometem ligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) também foi pauta da conversa com Lula, segundo Mota. “As empresas, indústrias, querem ir pra Roraima, mas com essa insegurança elétrica, não tem como ir”, lamentou.
Nesta semana, inclusive, dois conselheiros da Transnorte Energia S.A., o consórcio responsável pelo Linhão, disseram que as obras devem ser entregues dentro do prazo de três anos.
Protestos contra Lula em Portugal
Gabriel Mota disse ter testemunhado presencialmente o protesto de deputados da extrema direita portuguesa, na sede do Parlamento português, ocorrido nessa terça-feira (25). “O parlamento português tem 200 parlamentares. Só tinha uns 10 protestantes que são da extrema direita. E hoje, acho que os extremos não são salutares, sempre falei que, desde que tomei posse, a minha prioridade é o Estado de Roraima. Eu não vim a Brasília pra defender Lula nem Bolsonaro, nem direita nem esquerda. O que eu puder fazer pra eu contribuir pro meu País e pro meu Estado de Roraima, estou trabalhando aqui diuturnamente pra isso acontecer”, disse.
Acordos
Em Portugal, Lula assinou, com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, 13 novos acordos e parcerias bilaterais, em áreas como Saúde, Educação, Energia, Turismo, Comunicações, proteção de testemunhas, promoção e defesa dos direitos de pessoas com deficiências. “Pra mim é um orgulho muito grande representar o nosso Estado numa importante viagem dessa e eu acredito que vai trazer muitos frutos pro nosso País”, avaliou Gabriel Mota, que diz que os membros do governo federal se apresentaram como solícitos às demandas do Estado.
*Por Lucas Luckezie