O assassinato do agente de saúde Ilson Xirixana, de 36 anos, foi apenas o começo de uma sequência de mortes registradas, em um único fim de semana, na Terra Indígena Yanomami. Até o momento, o total é de 13 mortos.
Nessa terça-feira (2), a Polícia Federal revelou ter encontrado oito corpos na região próxima da comunidade Uxiú, onde Ilson, Venâncio e Otoniel foram baleados durante um ritual fúnebre. As oito vítimas foram encontradas no domingo (30), durante um sobrevoo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de acordo com o jornal Folha de São Paulo.
Ainda no domingo, quatro morreram em confronto com a PRF, que acompanhava uma ação do Ibama. O relato é de que os policiais teriam sido recebidos a tiros pelos supostos garimpeiros. Um dos mortos era foragido do Amapá.
O governo federal pretende realizar ajustes e intensificar a operação contra o garimpo no território Yanomami. Na segunda-feira (1º), as ministras da Saúde, Nísia Trindade, dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara e do Meio Ambiente, Marina Silva, desembarcaram no estado para avaliar a situação.
A estimativa do governo Lula é de que 70% a 80% dos garimpeiros já tenham abandonado o território. Satélites de monitoramento, no entanto, apontam que ainda há movimentação do garimpo ilegal.
Guajajara destacou que a intenção do governo federal é que a expulsão dos garimpeiros da Terra Yanomami ocorra de forma pacífica e sem “derramamento de sangue”. Marina afirmou que a visita interministerial serviu “para mostrar que o Estado brasileiro não vai recuar face à criminalidade”.
Representantes do Movimento Garimpo é Legal (MGL) pretendem fazer uma manifestação nesta quarta-feira (3), às 9h, em frente à Superintendência da PF, por conta da morte de garimpeiros.
Em três meses, a operação destruiu 327 acampamentos de garimpeiros, 18 aviões, 2 helicópteros, motores e balsas, barcos e tratores. Também foram apreendidas 36 toneladas de cassiterita, 26 mil litros de combustível, além de equipamentos no garimpo.