Cotidiano

Acordo judicial libera obras do Linhão de Tucuruí

Linhas de transmissão terão cerca de 715 quilômetros, sendo que 122 irão passar pela Terra Indígena Waimiri Atroari, situada entre os Estados de Roraima e Amazonas

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) homologou nesta quinta-feira (22) o acordo judicial para encerrar as ações civis públicas relacionadas ao licenciamento ambiental para as obras do Linhão de Tucuruí, que promete ligar a isolada rede elétrica de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), garantir a segurança energética no Estado e ainda reduzir os custos da energia roraimense para os consumidores brasileiros. A informação é do Ministério de Minas e Energia (MME).

Com isso, segundo o MME, o compromisso do governo federal com os indígenas Waimiri-Atroari, o Ministério Público Federal (MPF) e a concessionária TNE (Transnorte Energia) vai permitir o início das obras das linhas de transmissão a partir de outubro, pela subestação Boa Vista, e término em 36 meses.

O Linhão terá 715 quilômetros de extensão, sendo 425 em Roraima e 290 no Amazonas, e será construído às margens da rodovia federal BR-174. Cento e vinte e dois quilômetros das linhas de transmissão irão passar pela Terra Indígena, situada entre os dois estados.

O projeto foi reconhecido como de interesse nacional pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN), qualificado como estratégico pela Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI) e a interligação foi reconhecida como de interesse estratégico no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).


Cento e vinte e dois quilômetros das linhas de transmissão irão passar pela Terra Indígena (Foto: Arte MME)

Em maio, cerca de 450 lideranças Waimiri-Atroari aceitaram a proposta do consórcio e do governo federal para as obras passarem pelo território indígena. Na ocasião, os entes apresentaram um plano básico ambiental com 37 impactos à terra indígena, dos quais 27 são irreversíveis. Com isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) oficializou, por meio de decreto, a compensação ambiental de R$ 90 milhões aos indígenas.

Em seu site oficial, a TNE informa que, durante a fase de implantação do empreendimento, espera a criação de cerca de três mil empregos diretos, distribuídos entre canteiros de obra e escritórios, além de indiretos decorrentes da cadeia produtiva necessária para fornecer os insumos a serem utilizados.

O consórcio prevê cerca de 1.450 torres metálicas treliçadas, tipo autoportantes e estaiadas, com altura para que os cabos fiquem acima da copa das árvores. Aproximadamente 250 torres vão passar pela Terra Indígena Waimiri-Atroari.