O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou a entrevista coletiva à imprensa neste sábado (21), em Boa Vista, prometendo voltar a Roraima em março, para uma assembleia dos povos da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Norte do Estado.
A entrevista durou 11 minutos e Lula respondeu apenas a algumas perguntas. Por volta das 12h30, o presidente acenou rapidamente a dezenas de militantes de esquerda que o aguardavam desde as 8h, apesar do calor, em um cercado montado na Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena). No entanto, ele desapontou alguns, por ter saído sem cumprimentar ou falar com o público.
Lula, a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, e comitiva de ministros desembarcaram por volta das 10h, na base aérea de Boa Vista, e foram recepcionados pelo governador Antonio Denarium (Progressistas) e o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB).
A equipe presidencial seguiu para a Casai, onde chegou às 10h24, e foi recebida por indígenas de várias etnias do Estado, como yanomami, macuxi, taurepang e wapichana. Ao final da agenda no local, Lula e as ministras Sônia Guajajara (Povos Originários) e Nísia Trindade (Saúde) anunciaram, à imprensa, as medidas para enfrentar a crise sanitária na Terra Yanomami.
Em sua fala, Lula prometeu que o atual governo federal vai tratar os povos indígenas como seres humanos “de primeira classe”, criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e garantiu combater firmemente o garimpo ilegal em terras indígenas. Sônia, por sua vez, defendeu que o Governo Bolsonaro seja responsabilizado pela crise sanitária na Terra Indígena Yanomami.
Nísia anunciou que, a partir de segunda-feira (23), Roraima receberá o reforço de mais profissionais da área de Saúde, como médicos e enfermeiros do SUS (Sistema Único de Saúde), para auxiliar na assistência sanitária aos indígenas, e prometeu melhorias na Casa.
Nessa sexta-feira (20), após Lula anunciar a visita a Roraima para avaliar a crise sanitária do povo yanomami, o governo federal declarou situação de emergência em saúde pública no território indígena e ainda criou um comitê interministerial para debater soluções.
*Por Lucas Luckezie