A Prefeitura de Boa Vista (PMBV) ficou de fora do repasse das últimas doses enviadas pelo Ministério da Saúde (MS) e que chegaram ao estado, mesmo representando 70% da população de Roraima. A informação foi repassada por uma fonte de dentro da administração pública municipal e divulgada com exclusividade nesta segunda-feira, 08, na coluna Parabólica.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o Ministério da Saúde sempre envia um documento para o Governo do Estado com as informações sobre a quantidade de doses recebidas e uma estimativa de quantas serão destinadas para cada município. Porém, a Capital não teve acesso ao documento no último repasse.
“Esse documento sempre é enviado para a secretaria de saúde municipal junto com as doses. Nesse último envio, até o momento, o município não recebeu nenhuma informação sobre doses destinadas para Boa Vista”, explica o município.
Vacinas são aplicadas no combate ao coronavírus (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
Boa Vista já recebeu mais de 27,8 mil doses de vacina, diz Sesau
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que até o momento, Boa Vista recebeu 27.808 doses de vacina, distribuídas em seis repasses. O relato é que o montante é o maior quantitativo entre todos os municípios.
Segundo a pasta, o município de Boa Vista recebeu 10.694 doses em 19 de janeiro, 8.694 doses em 29 de janeiro, 750 doses em 02 de fevereiro, 2.160 doses em 08 de fevereiro, 2.710 doses em 23 de fevereiro e 2.800 doses no dia 26 de fevereiro.
O próximo envio será realizado de acordo com a chegada de novas vacinas pelo Ministério da Saúde.
A Sesau ressalta ainda que a distribuição de vacinas é feita pelo Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (Nepni) com base em um planejamento que inclui a avaliação de doses aplicadas, estoque de vacinas em cada município, bem como a capacidade de armazenamento.
“A partir daí e após uma avaliação técnica é realizado o reabastecimento para atendimento dos públicos prioritários definidos”, completa a Sesau.
Prefeitura e Governo discordam sobre adoção de decretos
Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 07, o secretário estadual de saúde, Marcelo Lopes, criticou o decreto do prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB).
Na ocasião, o secretário disse que a lotação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) das unidades hospitalares do estado está com 70% de lotação, o que não justificaria os atos de restrições decretados pelo prefeito. Ainda, que as ações tinham motivação política eleitoreira.
Em resposta, a Prefeitura de Boa Vista afirmou que a “Prefeitura de Boa Vista ficou fora do repasse das últimas doses que chegaram ao Estado, mesmo representando 70% população”.
Ainda, que quando a prefeitura decreta medidas restritivas, “o governo diz que a prefeitura está acabando com os empregos e que o sistema de saúde está dentro da normalidade”, mas quando a prefeitura flexibiliza “o governo imediatamente diz que a prefeitura está matando pessoas porque o sistema de saúde está no limite”.
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