A ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, defendeu neste sábado (21), em Boa Vista, que o Governo Bolsonaro seja responsabilizado pela crise sanitária na Terra Indígena Yanomami.
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Guajajara lamentou ter visto a situação de adultos com peso de criança e crianças com pele e osso. Ela considera “calamidade” as centenas de mortes de indígenas causadas por doenças evitáveis e o quadro de desnutrição de crianças, jovens e adultos indígenas. “Chega a esse ponto de crise sanitária e humanitaria”, definiu.
Lula, por sua vez, afirmou que os povos indígenas serão tratados como seres humanos de primeira classe, e prometeu agir no firme combate ao garimpo ilegal. “Mesmo aqueles que tenham terra com autorização para pesquisa, que possam fazer pesquisa sem destruir a água e a floresta, nem colocar em risco a vida das pessoas”, afirmou.
O presidente, a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, e comitiva de ministros desembarcaram por volta das 10h, na base aérea de Boa Vista, e foram recepcionados pelo governador Antonio Denarium (Progressistas).
A equipe presidencial seguiu para a Casai, onde chegou às 10h24, e foi recebida por indígenas de várias etnias do Estado, como yanomami, macuxi, taurepang e wapichana. Ao final da agenda no local, Lula e as ministras Sônia Guajajara e Nísia Trindade (Saúde) anunciaram, à imprensa, as medidas para enfrentar a crise sanitária na Terra Yanomami.
Nísia anunciou que, a partir de segunda-feira (23), Roraima receberá o reforço de mais profissionais da área de Saúde, como médicos e enfermeiros do SUS (Sistema Único de Saúde), para auxiliar na assistência sanitária aos indígenas, e prometeu melhorias na Casa.
Nessa sexta-feira (20), após Lula anunciar a visita a Roraima para avaliar a crise sanitária do povo yanomami, o governo federal declarou situação de emergência em saúde pública no território indígena e ainda criou um comitê interministerial para debater soluções.
*Por Lucas Luckezie