Roraima é declarada área sob quarentena para a mosca da carambola

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou Roraima como área sob quarentena para Bactrocera carambolae (mosca-da-carambola) por prazo indeterminado. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (10), no Diário Oficial da União. 

A mosca está em Roraima desde 2010 e é considerada uma praga quarentenária, ou seja localizada em área restrita no país e submetida a controle oficial. De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), a “coordenação do controle da mosca da carambola é de competência do Ministério da Agricultura e Pecuária”.

Com isso, a medida, de caráter preventivo, do MAPA vai permitir a adoção de monitoramento, delimitação, contenção e controle da praga no estado. A medida de quarentena também implica na proibição do trânsito de frutos hospedeiros da praga para os outros estados, conforme divulgação do ministério.

“A declaração permanecerá vigente por tempo indeterminado, até que a situação da praga (quantidade, localização e nível de controle dos focos) dentro do estado de Roraima se encontre em um nível considerado seguro pela coordenação nacional do Programa, sob responsabilidade do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas. Reforçamos que a população não deve transportar frutos e vegetais de áreas com ocorrência da praga que, ao se dispersar, pode gerar inúmeros prejuízos para os agricultores das demais regiões”, destaca a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Edilene Cambraia, e o MAPA.

A última vez que Roraima esteve sob restrição do comércio de frutos hospedeiros da praga foi no período de maio de 2018 a junho de 2019. Em 2021, apenas sete municípios do estado tiveram a medida de quarentena.

Além da carambola

De acordo com o MAPA, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo e a mosca-da-carambola é a principal ameaça ao mercado de exportação. A praga frutífera causa danos não apenas na carambola, mas também em outras frutas como goiaba, caju, manga, taperebá, acerola, muruci, tangerina e outras.

Uma das causas da dispersão da praga é o transporte de frutos hospedeiros. A contaminação da fruta ocorre quando ela é perfurada e dentro são colocados ovos da mosca. No local da perfuração é formado um buraco onde se dá o apodrecimento. As larvas da mosca destroem a polpa das frutas, ficando ruim para o consumo.

A presença da praga frutífera traz aumento de custos, redução na produção, contaminação ambiental e de alimentos pelo aumento na aplicação de agrotóxicos, restrições à exportação de frutas. Caso se espalhe para outras regiões, também há o aumento dos gastos com controle fitossanitário.